O governo federal brasileiro passou por uma série de desafios no Congresso Nacional em 2025, enfrentando votações desfavoráveis e dificuldades na articulação política. Em um cenário marcado por disputas entre Executivo e Legislativo, medidas consideradas estratégicas para o Palácio do Planalto foram rejeitadas por deputados e senadores, revelando uma base governista fragilizada e crescente insatisfação entre os parlamentares.
Esses episódios recentes envolveram a derrubada de vetos presidenciais em áreas como energia, políticas sociais e tributação, além da aprovação de iniciativas que limitam o poder do governo sobre temas orçamentários. O contexto político é influenciado tanto pela proximidade das eleições gerais de 2026 quanto pela pressão de partidos que compõem o chamado Centrão, grupo que exerce papel decisivo nas votações do Congresso.
Quais foram os principais reveses do governo Lula no Congresso?
Entre as decisões mais relevantes tomadas pelo Congresso, destacam-se a rejeição de dispositivos da reforma tributária que previam a taxação de fundos exclusivos de investimento e a derrubada de vetos relacionados ao setor elétrico. Essas ações podem impactar diretamente áreas como o fornecimento de energia e a arrecadação federal. Outro ponto de destaque foi a aprovação da pensão vitalícia para crianças afetadas pela síndrome congênita do vírus da Zika, contrariando a posição do Executivo.
Além disso, parlamentares derrubaram trechos que dificultavam o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e ao auxílio-doença para portadores de determinadas doenças, ampliando o alcance desses benefícios sociais. A bancada ruralista também obteve vitória ao garantir a dispensa de registro para a produção de bioinsumos, atendendo a demandas do setor agropecuário.
Como a crise política afeta a relação entre Executivo e Legislativo?
A tensão entre o governo e o Congresso tem sido alimentada por cobranças em relação à liberação de emendas parlamentares e ao ritmo de execução orçamentária. Deputados e senadores relatam insatisfação com a demora no pagamento de recursos prometidos em votações anteriores, o que tem dificultado a construção de uma base sólida para o governo nas casas legislativas.
Para tentar reverter esse cenário, o Executivo sinalizou a intenção de acelerar a liberação de cerca de R$ 2 bilhões em emendas até o final do mês. Essa medida busca amenizar a pressão sobre a base aliada e facilitar a aprovação de projetos de interesse do governo. No entanto, líderes partidários avaliam que apenas a liberação de recursos não será suficiente para recompor a confiança entre os poderes.

O que representa a criação da CPI do INSS para o governo?
Outro desdobramento importante foi a leitura do requerimento para instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS, realizada pelo presidente do Senado. A CPI tem como objetivo investigar questões relacionadas à gestão do Instituto Nacional do Seguro Social, podendo ampliar o desgaste do governo federal diante de possíveis denúncias ou irregularidades apuradas durante os trabalhos da comissão.
A expectativa é que a CPI só inicie suas atividades efetivamente após a liberação das emendas prometidas, o que demonstra a interdependência entre as negociações políticas e o andamento das investigações parlamentares. A criação da comissão é vista como mais um elemento de pressão sobre o Executivo, que precisará intensificar o diálogo com o Congresso para evitar novos reveses.
Quais são as perspectivas para a relação entre governo e Congresso em 2025?
O ambiente político segue marcado por incertezas, com a aproximação das eleições de 2026 e a possibilidade de novas disputas acirradas entre diferentes blocos partidários. A queda na popularidade do presidente Lula tem contribuído para o aumento da desconfiança entre os parlamentares, tornando as negociações mais complexas e imprevisíveis.
Diante desse cenário, especialistas apontam que o governo precisará adotar uma postura mais aberta ao diálogo e priorizar pautas de interesse do Congresso para garantir a governabilidade. A capacidade de articulação política e a resposta às demandas dos parlamentares serão fatores determinantes para o andamento das principais propostas do Executivo ao longo do ano.
- Votação de urgência do projeto sobre o IOF
- Derrubada de vetos em áreas estratégicas
- Liberação de emendas parlamentares como moeda de negociação
- Instalação da CPI do INSS
- Pressão do Centrão e impacto nas próximas eleições
O cenário político brasileiro em 2025 demonstra a importância do equilíbrio entre Executivo e Legislativo, com o Congresso exercendo papel central nas decisões que afetam diretamente a administração federal. A recomposição das relações institucionais será fundamental para a estabilidade do governo e para o avanço de projetos considerados prioritários pelo país.