Com a chegada do Carnaval em 2025, muitos se questionam sobre a natureza da Quarta-feira de Cinzas, que ocorre em 5 de março. Esta data marca o início da Quaresma, um período de 46 dias que culmina na Páscoa, celebrada em 20 de abril. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, a Quarta-feira de Cinzas não é considerada um feriado nacional no Brasil.
A Lei Federal nº 662/49, que estabelece os feriados nacionais, não inclui a Quarta-feira de Cinzas ou os dias de Carnaval. Isso significa que cabe a estados e municípios decidir, por meio de leis locais, se a data será um feriado, ponto facultativo ou um dia de trabalho normal. Para os servidores públicos federais, a Portaria MGI nº 9.783/2024 determina que o expediente seja facultativo até as 14h.
Como as capitais brasileiras lidam com a Quarta-feira de Cinzas?
As capitais brasileiras adotam diferentes abordagens para a Quarta-feira de Cinzas. Em São Paulo, por exemplo, o expediente dos servidores municipais começa ao meio-dia. Outras capitais, como Rio Branco e Maceió, optam por ponto facultativo durante todo o dia. A seguir, uma lista detalhada de como algumas capitais tratam essa data:
- Rio Branco (AC): Ponto facultativo o dia todo
- Manaus (AM): Ponto facultativo até às 12h
- Salvador (BA): Ponto facultativo até às 14h
- Brasília (DF): Ponto facultativo até às 14h
- Curitiba (PR): Ponto facultativo até às 14h
- Rio de Janeiro (RJ): Ponto facultativo o dia todo, incluindo a sexta-feira anterior

Como funciona o ponto facultativo para trabalhadores?
Na ausência de legislação específica que declare a Quarta-feira de Cinzas como feriado, cabe aos acordos entre empresas e empregados decidir se o dia será de folga ou de trabalho. Historicamente, muitos empregadores liberam seus funcionários na manhã da Quarta-feira de Cinzas, iniciando o expediente à tarde. Contudo, isso não é uma regra fixa e pode variar conforme a empresa.
É importante destacar que, mesmo que um trabalhador atue durante um ponto facultativo, ele não recebe remuneração adicional, como ocorre em feriados. Renata Reis, advogada trabalhista, explica que as horas de folga acordadas não podem ser descontadas do salário posteriormente. Isso significa que, se um funcionário tiver a manhã livre, essa decisão não pode ser revertida posteriormente para exigir trabalho extra.
Banco de horas e acordos trabalhistas
O uso do banco de horas na Quarta-feira de Cinzas também requer acordos prévios entre empresas e trabalhadores. Cleber Venditti, advogado trabalhista, ressalta que a empresa deve comunicar antecipadamente se pretende utilizar o banco de horas nesta data. Caso contrário, não é permitido descontar horas do saldo positivo dos funcionários.
Assim, a Quarta-feira de Cinzas permanece um dia de negociações e acordos, variando conforme a localidade e as políticas internas de cada empresa. A flexibilidade e o entendimento mútuo entre empregadores e empregados são fundamentais para garantir que a data seja tratada de forma justa e sem prejuízos financeiros para os trabalhadores.