A possível fusão entre Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) está ganhando força no mercado, especialmente após o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, declarar apoio à combinação das duas companhias. Segundo ele, o governo vê a operação como positiva para o fortalecimento da aviação brasileira e para a preservação de empregos e geração de renda no setor.
O movimento ocorre em meio a um cenário de desafios financeiros para ambas as empresas. A Gol, por exemplo, ainda busca consolidar sua saída do Chapter 11 nos Estados Unidos, um processo de recuperação judicial que permitiu a reestruturação de suas dívidas.
Apoio do governo e renegociação de dívidas
O governo federal tem desempenhado um papel fundamental na articulação dessa fusão, não apenas incentivando a união entre as companhias, mas também facilitando negociações relacionadas aos débitos tributários das empresas.
Opinião
Segundo análise do economista Alex André, da MSX Invest, o governo não apenas tem articulado a favor da fusão entre Gol e Azul, mas também tem viabilizado medidas de suporte financeiro para as companhias aéreas, como a renegociação de dívidas tributárias e o uso de prejuízos fiscais para amortizar débitos com a União. Ele destaca que essas medidas prolongam o prazo de pagamento, reduzindo o impacto imediato sobre o caixa das empresas e permitindo maior previsibilidade financeira. No caso da Gol, que ainda se reestrutura após o Chapter 11 nos EUA, o parcelamento da dívida de R$ 5 bilhões em 120 meses representa um fôlego essencial. Já para a Azul, o acordo semelhante ajuda a reduzir a pressão sobre sua alavancagem. “Agora, as companhias aéreas não podem dizer que não receberam ajuda do governo”, enfatiza André, ressaltando que o suporte estatal reforça a articulação política e econômica para viabilizar a fusão e fortalecer o setor aéreo no Brasil.