As ações da Vale (VALE3) encerraram 2024 com uma queda significativa de cerca de 23%, marcando o pior desempenho desde 2015. A empresa também viu seu valor de mercado cair abaixo de US$ 40 bilhões, um nível não registrado desde 2016, exceto durante a crise da Covid-19. Esse cenário desafiador refletiu tanto a desaceleração da demanda por minério de ferro na China quanto o aumento dos estoques e margens reduzidas no setor siderúrgico global.
As dificuldades continuaram em 2025, com uma queda de 5,5% nas primeiras sessões do ano. Apesar disso, a pergunta permanece: seria este o momento ideal para investir nas ações da mineradora?
Minério em queda, mas dividendos atrativos: o que dizem os analistas
Embora o desempenho do minério de ferro tenha pressionado os resultados da Vale, analistas de mercado enxergam oportunidades. O Citi, por exemplo, destaca que ações negociadas abaixo de US$ 40 bilhões representam um valor subestimado em relação à média dos últimos 10 anos. Segundo o banco, o potencial de dividend yield de 9% para 2025 torna a Vale uma opção atrativa, mesmo em um cenário desafiador.
O Bradesco BBI também reforça sua preferência pela mineradora. De acordo com seus analistas, a combinação de valuation atrativo, perspectiva de geração de caixa mais forte e dividendos robustos são fatores que justificam a recomendação de compra para VALE3.
Ceticismo e incertezas no cenário macroeconômico
Apesar do otimismo de algumas instituições, o mercado permanece dividido. Das 17 casas de análise que acompanham a Vale, 9 recomendam compra, enquanto 8 mantêm postura neutra. O BTG Pactual, por exemplo, destaca que o ambiente macroeconômico incerto, aliado à dependência da China, adiciona riscos às projeções de recuperação da mineradora.
Mesmo com eventos positivos recentes, como o acordo de concessão ferroviária e a melhora nos volumes produzidos, o BTG prefere aguardar maior clareza no cenário global antes de adotar uma posição mais otimista.
Ações da Vale em 2025: uma análise para investidores
Com estimativas de Ebitda em US$ 13,8 bilhões e um mercado que pode surpreender com condições melhores que o esperado, a Vale segue como um ativo promissor para investidores que buscam oportunidades em meio à volatilidade. Além disso, sua capacidade de gerar fluxo de caixa livre (FCF) atrativo, estimado em 15% para este ano, é um diferencial em relação aos pares globais.
Para quem está atento à combinação de dividendos robustos, possível recuperação do minério e potencial de valorização, as ações da Vale podem representar uma boa aposta na Bolsa, mesmo em um contexto repleto de desafios.