O cenário climático para o Brasil em janeiro de 2025 destaca-se pelo impacto contínuo do fenômeno La Niña. Esse fenômeno meteorológico, caracterizado por um resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico, influência diretamente as condições climáticas no país. Com base nas análises de Vinícius Lucyrio, meteorologista responsável por traçar as tendências para este período, é possível entender como esse fenômeno afeta as diferentes regiões do Brasil.
Durante as semanas finais de dezembro de 2024, as águas do Pacífico apresentaram uma anomalia de -1,1°C, mantendo a circulação atmosférica alterada desde outubro. Com base nessas informações, as possibilidades climáticas em diferentes regiões do país são impactadas de formas variadas, com desdobramentos esperados nos comportamentos das chuvas e temperaturas.
Fenômeno La Niña e Seus Impactos
O fenômeno La Niña preserva uma influência preponderante sobre o clima brasileiro. Durante o mês de janeiro, espera-se que o seu impacto seja observado até o final do verão. A previsão indica um decaimento das anomalias negativas, afetando muitas áreas do país de formas distintas.
No contexto do Oceano Atlântico, a seção tropical norte mantém uma temperatura superior à do sul, criando um deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Este fenômeno aéreo e marítimo impacta principalmente a costa norte do país, favorecendo a ocorrência de instabilidades isoladas ou em linha, conforme o meteorologista responsável.
Como a La Niña Afeta o Centro-Sul do Brasil?
Conforme a análise de Lucyrio, o La Niña contribui para uma distribuição irregular de chuvas no Centro-Sul do Brasil. O Rio Grande do Sul, por exemplo, terá chuvas eventuais, intervindo com dias de intenso calor. Enquanto isso, Santa Catarina e Paraná experienciam pancadas de chuva mais frequentes, mas muito irregulares. O litoral destas regiões expõe-se também a elevada umidade marítima, o que implica em céus encobertos e volumes elevados de precipitação.
No interior de São Paulo, chuvas mais frequentes com período de breve pausa são esperadas, enquanto o litoral paulista pode ver chuvas volumosas, principalmente durante a passagem de frentes frias. Tudo isso contribui para um verão com características distintas de 2024.
Quais as Previsões para o Nordeste e Norte?
No Nordeste, um aumento gradativo nas chuvas é esperado, principalmente no centro-oeste da Bahia, onde os volumes tendem a ultrapassar a média histórica. Outros locais, como a costa norte, enfrentam aumento na chuva com a chegada gradual de instabilidade tropical, alimentada pelas águas aquecidas do Atlântico.
Por outro lado, na região Norte, o Amazonas observa um aumento no volume de chuvas no oeste do estado, com um padrão similar há anos anteriores. Tal tendência de precipitação deve se repetir em estados como Acre e Rondônia.
Inovações Climáticas e Temperaturas em Elevação
No que diz respeito às temperaturas, espera-se que grande parte do Brasil experiencie climas ligeiramente mais quentes do que o habitual, com exceção das regiões beneficiadas pela umidade e chuvas quase diárias. As variações podem não ser tão marcantes, mas combinadas com umidade elevada, contribuem para um clima abafado em muitas cidades.
Enquanto isso, regiões do sul, especialmente áreas da Argentina, podem enfrentar ondas de calor, conforme as anomalias de temperatura sugerem a presença de massas de ar quente e seco, impactando também os estados brasileiros fronteiriços.