Pesquisadores do King’s College London, no Reino Unido, revelaram um desenvolvimento inovador no tratamento de crises de asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Um estudo clínico envolvendo uma injeção de anticorpos mostrou-se mais eficaz que os tratamentos atuais à base de esteroides. Publicados na renomada revista The Lancet Respiratory Medicine, os resultados despertaram grande interesse no meio científico.
O foco do estudo foi no benralizumabe, um anticorpo monoclonal já certificado como seguro e eficaz. A pesquisa indicou que uma única dose aumentada durante crises agudas poderia reduzir a necessidade de hospitalizações e a procura por tratamentos adicionais. Este avanço pode representar o primeiro tratamento significativo para crises de asma e DPOC em cinco décadas.
Como funciona o benralizumabe?
O benralizumabe atua diretamente nos eosinófilos, células do sistema imunológico que contribuem para a inflamação das vias aéreas em casos de asma. Ao eliminar essas células, o medicamento ajuda a diminuir a inflamação pulmonar, melhorando rapidamente os sintomas respiratórios. Isto contrasta com os esteroides, que podem ter efeitos colaterais significativos, como diabetes e osteoporose.
No estudo, 158 pacientes com alto risco de ataque de asma ou DPOC foram selecionados. Eles foram divididos em grupos para receber diferentes combinações de tratamentos, incluindo o benralizumabe e placebo. Os resultados impressionaram, mostrando melhorias significativas nos sintomas respiratórios após 28 dias.
Qual foi o impacto dos resultados?
Os dados mostraram uma redução de 30% nas necessidades de tratamentos adicionais, bem como uma improvável taxa de internações hospitalares entre os pacientes que utilizaram o benralizumabe. Após 90 dias, a taxa de falha do tratamento com esteroides foi notavelmente superior, comparando-se a apenas 45% naqueles que receberam a nova abordagem. Esses resultados sugerem que o benralizumabe pode transformar o manejo das exacerbações de asma e DPOC.
Este tratamento pode transformar o manejo da asma?
Sendo um campo de pesquisa muitas vezes estagnado, o tratamento das crises de asma tem provocado desafios significativos para a saúde pública. Segundo a professora Mona Bafadhel, principal autora do estudo, o benralizumabe pode ser um divisor de águas para os muitos indivíduos afetados globalmente, reduzindo as 3,8 milhões de mortes anuais relacionadas à asma e DPOC.
Com a crescente necessidade de alternativas aos tratamentos tradicionais, a possibilidade de uma terapia eficaz e com menos riscos torna-se crucial. Embora ainda sejam necessários mais estudos para confirmar esses achados, as descobertas preliminares do King’s College London oferecem uma nova esperança para pacientes que enfrentam esses desafios respiratórios desafiadores.
O futuro do tratamento da asma
Os especialistas aguardam ansiosamente a aprovação regulatória e a implementação desse tratamento em larga escala. Se confirmado, o benralizumabe poderá revolucionar as práticas médicas, proporcionando um alívio significativo para milhões de pessoas em todo o mundo. Este potencial avanço sublinha a importância contínua da pesquisa em encontrar soluções inovadoras para doenças respiratórias.
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