O Índice de Progresso Social (IPS) é uma ferramenta de avaliação que analisa a qualidade de vida e o desempenho socioambiental de municípios ao redor do mundo. Desenvolvido pela Social Progress Imperative, o IPS pondera se as populações têm suas necessidades básicas atendidas e se seus direitos são respeitados. A metodologia abrange uma análise detalhada de fatores sociais e ambientais, sendo aplicada a diversos países, incluídos na publicação “IPS Global” desde 2014.
No Brasil, o primeiro relatório do IPS foi divulgado recentemente, em junho de 2024, analisando dados dos 5.570 municípios do país. O relatório permite identificar tanto os locais que proporcionam uma elevada qualidade de vida quanto aqueles com situações mais críticas, oferecendo um panorama abrangente do progresso social no território nacional.
Como se determina a pior cidade para viver no Brasil?
Segundo o IPS Brasil 2024, o município de Uiramutã, em Roraima, obteve a menor pontuação de todo o país. Situada no extremo norte do Brasil, na tríplice fronteira com a Venezuela e a Guiana, Uiramutã registrou um índice de 37,63 em uma escala que vai de 0 a 100, onde pontuações mais altas indicam melhores condições de vida. A cidade, fundada em 1995, enfrenta diversos desafios socioeconômicos que impactam negativamente o bem-estar de sua população estimada em 15.571 habitantes.
Entre os fatores que contribuem para este quadro estão o acesso limitado a serviços básicos, deficiências em infraestrutura de educação, saúde pública precária e a elevada mortalidade infantil, além de baixas taxas de emprego e renda per capita. Esse conjunto de fatores cria um ambiente onde a população tem dificuldades em alcançar um nível de vida satisfatório.

Quais são os fatores que influenciam a qualidade de vida em Uiramutã?
As condições de habitação em Uiramutã são um dos principais fatores que afetam a qualidade de vida local. O município sofre com a falta de coleta de lixo eficiente, inadequação da iluminação pública e precariedade na infraestrutura das moradias. Além disso, a educação enfrenta desafios significativos com infraestrutura insuficiente e acesso restrito, comprometendo o desenvolvimento econômico e social da região.
Em termos de saúde, a situação também é crítica. Uiramutã apresenta uma alta taxa de mortalidade infantil e a falta de acesso a um sistema de saúde adequado amplifica as dificuldades enfrentadas pelos moradores. A cidade conta com uma das menores rendas per capita do Brasil e uma taxa de emprego consideravelmente baixa, aumentando as desigualdades econômicas e sociais.
Como o Índice de Progresso Social afeta outras regiões do Brasil?
O relatório IPS Brasil revela disparidades significativas entre as regiões do país. Enquanto a Amazônia Legal concentra a maioria dos municípios com índices baixos, a região Sudeste se destaca com municípios apresentando índices mais elevados. Estes contrastes evidenciam diferenças no acesso a recursos e políticas públicas, refletindo a desigualdade existente entre diferentes áreas do Brasil.
Na lista de cidades com melhor desempenho, Gavião Peixoto, no estado de São Paulo, lidera com uma pontuação de 74,49. Ao se observar a média estadual, o Distrito Federal está no topo, seguido por São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais, enquanto o Pará registra a menor pontuação estadual.
Qual é o impacto do IPS nas capitais brasileiras?
Entre as capitais do Brasil, Brasília se destaca com a maior qualidade de vida, pontuando 71,25 no índice, seguida por Goiânia, Belo Horizonte, Florianópolis e Curitiba. Por outro lado, Porto Velho, em Rondônia, apresenta a pior classificação entre as capitais com uma pontuação de 57,10. O IPS fornece uma base para políticas públicas e planos de desenvolvimento, incentivando as capitais e demais municípios a melhorarem suas estratégias de governança e inclusão social.
A partir da divulgação destes resultados, espera-se que políticas eficazes sejam implementadas para mitigar as desigualdades regionais e promover um progresso social que contemple todo o território nacional.