Em meio às incertezas econômicas globais, o Federal Reserve (Fed) enfrenta um cenário delicado ao decidir sobre novas quedas nas taxas de juros.
O economista Bruno Corano, em participação do programa BM&C News, destacou a resiliência da economia dos Estados Unidos, mencionando que, apesar dos sinais de enfraquecimento em alguns setores, a inflação está sob controle. “O Fed precisa agir com cautela para evitar uma desaceleração econômica mais acentuada”, afirmou Corano.
O especialista também comentou sobre a pressão que o mercado de trabalho exerce sobre a inflação, dificultando cortes mais significativos nas taxas de juros. Na visão de Corano, o juro de equilíbrio de longo prazo nos EUA deve permanecer em torno de 4%, um patamar elevado, mas necessário para controlar as tensões inflacionárias.
Além disso, a temporada de resultados dos bancos americanos, que começou recentemente, mostra que essas instituições continuam lucrando, mesmo diante de um cenário econômico volátil. Segundo Corano, o setor bancário nos EUA se beneficia de uma estrutura de mercado concentrada, semelhante ao que ocorre no Brasil, onde poucos grandes bancos dominam o mercado.
Outro ponto relevante abordado foi o impacto dos furacões “Milton” e “Eline” na economia americana. Embora o furacão “Milton” tenha causado estragos menores do que o previsto, Corano comparou a situação com o devastador furacão Katrina, afirmando que, mesmo grandes desastres naturais costumam ter um impacto econômico nacional reduzido devido à robustez da economia americana. “Apesar das perdas humanas e materiais, o impacto no PIB dos EUA será mínimo”, destacou.
Com a temporada de furacões ainda em andamento, a preocupação com novos eventos climáticos persiste, mas o foco segue na resiliência da economia americana e na cautela do Fed ao tomar decisões cruciais para o futuro econômico do país.