O estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, falou sobre as limitações dos Brazilian Depositary Receipts (BDRs) e o cenário econômico dos Estados Unidos, em sua participação no programa “Momento Avenue – Manhattan Connection”.
Segundo Alves, os BDRs foram uma tentativa de “tropicalizar” o mercado internacional, mas apresentam diversas desvantagens que limitam a diversificação e a liquidez dos investidores brasileiros.
Alves explicou que, apesar dos BDRs representarem ações de empresas estrangeiras, eles não oferecem a mesma experiência de investimento. “A quantidade de ativos disponíveis é menor, a liquidez é baixa e, o mais importante, o risco da jurisdição ainda é brasileiro, em reais,” destacou. Ele acrescentou que o investimento em BDRs acaba limitando os investidores, pois a exposição ao risco permanece atrelada ao mercado brasileiro.
William Castro Alves também ressaltou que, para quem busca maior liberdade e diversificação, plataformas como a Avenue oferecem a possibilidade de investir diretamente em ações estrangeiras. “Uma conta em dólar nos dá proteção da moeda, acesso a mais produtos, liquidez e uma vida financeira globalizada,” explicou o estrategista, destacando a diferença entre adquirir um BDR e possuir uma ação diretamente nos Estados Unidos.
A conversa também abordou o recente corte de juros pelo Federal Reserve (FED), que surpreendeu o mercado ao reduzir a taxa em 0,50%, mais do que o esperado.
Alves comentou que essa decisão representa uma mudança na política do banco central americano, que, após ser conservador em elevações, parece estar adotando uma postura mais agressiva ao trazer os juros para baixo. “O FED não quer correr o risco de jogar a economia em recessão. A inflação está sob controle, mas manter uma política monetária restritiva poderia impactar o mercado de trabalho,” afirmou.
O estrategista destacou que o movimento do FED tem implicações globais, uma vez que a taxa de juros americana serve como referência para mercados do mundo todo.
Ele também acredita que existe espaço para novos cortes, dependendo da evolução da inflação. “A partir de agora, abre-se espaço para essa gradualidade. Pode vir mais 50 pontos base até o final do ano,” comentou Alves, indicando a possibilidade de novos ajustes nas próximas reuniões.