No programa de hoje do BM&C News, o economista e comentarista VanDyck Silveira destacou as incertezas que rondam o mercado financeiro brasileiro, em relação à política fiscal conduzida pelo governo Lula. Às vésperas da divulgação do relatório de receitas e despesas, o mercado está apreensivo quanto ao compromisso do governo com o equilíbrio fiscal.
Silveira pontuou que ações como o pente fino em auxílios sociais, que buscam reverter cerca de 10 bilhões de reais pagos irregularmente, são insuficientes para garantir a tranquilidade esperada pelo mercado. Segundo ele, o Brasil precisa de um superávit fiscal de pelo menos 1% do PIB em períodos de crescimento econômico para se preparar para futuras crises, como pandemias ou recessões globais.
“A credibilidade é conquistada, não proclamada”, afirmou Silveira, criticando a falta de um plano econômico claro por parte do governo Lula, mesmo após mais de um ano e meio de administração. Ele enfatizou que, sem um superávit fiscal consistente, qualquer tentativa de ajuste será vista como insuficiente pelo mercado financeiro.
A entrevista também abordou a instabilidade gerada pelas declarações do presidente Lula, que frequentemente contradizem os esforços de seus ministros em promover um compromisso fiscal sólido. Silveira comparou a situação a um “tio inconveniente” cujas palavras já não têm tanto impacto, mas ainda assim, são preocupantes devido à possibilidade de mudanças drásticas de rumo influenciadas por conselheiros próximos ao presidente.
Essa falta de alinhamento entre o discurso e a prática do governo afeta negativamente a confiança do mercado, que já começa a tratar as declarações de Lula com mais cautela. O economista finalizou alertando para o perigo de um presidente facilmente influenciável, que pode sacrificar o futuro econômico do país em prol de ganhos políticos imediatos.
As incertezas fiscais e as críticas à condução econômica do governo Lula destacam a necessidade de um planejamento mais rigoroso e transparente para restaurar a confiança do mercado e assegurar um crescimento econômico sustentável para o Brasil.