Em uma iniciativa pioneira, a Advocacia-Geral da União (AGU) está prestes a dar um gigantesco passo na direção da modernidade e da eficiência administrativa com a implementação do projeto “Pacifica”. Este projeto inovador visa utilizar a inteligência artificial (IA) para revisar decisões negativas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), evitando potencialmente a necessidade de ações judiciais por parte dos cidadãos. A proposta não só promete transformar a maneira como interagimos com a Previdência Social, mas também aliviar significativamente o congestionado sistema judiciário brasileiro.
Como Funcionará o Projeto “Pacifica” para o INSS?

O projeto, uma colaboração entre a AGU e a Defensoria Pública Federal, focará inicialmente em temas relacionados à Previdência Social. A ideia baseia-se no uso de IA para analisar e possivelmente reverter negativas de benefícios pelo INSS antes que o cidadão busque a Justiça. “Após a negativa do benefício pelo INSS, por atuação direta pelos integrantes da AGU utilizando IA, nós vamos estimular o segurado a passar no nosso balcão antes, em vez de buscar diretamente a Justiça”, explicou o advogado-geral da União, Jorge Messias, durante um evento em Cambridge (EUA).
Desafogando o Judiciário com Tecnologia
Considerando que uma parte expressiva do enorme volume de ações sob responsabilidade da AGU relaciona-se à Previdência Social, a implementação do Pacifica tem o potencial de reduzir drasticamente o número de casos que chegam ao Judiciário. “Para ele discutir apenas as questões fundamentais da nossa cidadania”, afirmou Messias. Esta é uma tentativa de desafogar o sistema jurídico e permitir que ele se concentre em questões de maior relevância social.
Considerações Éticas e Regulatórias da IA
Apesar do otimismo em torno do Pacifica, Messias levanta questões importantes sobre as implicações éticas e a necessidade de regulamentação do uso de IA pelo governo. Há preocupações sobre como assegurar que esta tecnologia não reproduza ou intensifique padrões existentes de injustiça social. Estas são questões fundamentais que exigirão debate e reflexão contínua à medida que o projeto avança.
O Futuro da Resolução de Conflitos com o INSS
- Implementação do projeto em formato piloto: Previsto para começar em junho, Pacifica será inicialmente testado em um formato piloto, permitindo ajustes baseados em feedback real.
- Parceria com a Defensoria Pública: A colaboração com a Defensoria Pública Federal é crucial para o sucesso do projeto, alavancando a expertise de ambas as instituições.
- Foco na eficiência e justiça: Por meio da IA, a AGU espera não apenas acelerar a revisão de pedidos de benefícios negados pelo INSS, mas também assegurar que os cidadãos tenham acesso justo aos seus direitos previdenciários.
Em resumo, o projeto Pacifica representa um marco no uso de tecnologia para melhorar a eficiência dos serviços públicos e a administração da justiça no Brasil. Enquanto contemplamos o potencial desta iniciativa, é essencial manter uma discussão aberta e construtiva sobre suas implicações éticas e regulatórias.