Em relatório recente, o Bradesco revisou para baixo sua expectativa de inflação para o ano de 2024. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a variação de preços de bens de consumo como alimentos e combustíveis, passou de 3,6% em janeiro para 3,4%. O principal motivo para tal ajuste tem relação com a queda de preços domésticos de alimentos e a desvalorização da taxa de câmbio.
El Niño influencia queda de preços após menor impacto sobre safras brasileiras
O El Niño, fenômeno climático que causa alterações em padrões de temperatura e precipitação ao redor do mundo, era um dos principais riscos para a inflação brasileira em 2024. Apesar de ter impactado a produção de milho e soja no Centro-Oeste do Brasil, a queda nos preços desses produtos não foi tão expressiva quanto se esperava. Isso se deve ao fato de que a redução na oferta dessas commodities não foi tão significativa e a safra global aumentou, levando a uma diminuição dos preços no mercado internacional.
Aumento de salário exige cautela
Por outro lado, o Bradesco salienta que os resultados da inflação de serviços pedem um aumento na cautela. Nos últimos meses de 2023, houve uma alta significativa nos salários, levando a uma subida nos rendimentos para 2024. Isso, juntamente com a pressão salarial que está afetando a inflação, exigem monitoramento e controle contínuo. Apesar da revisão para baixo do IPCA deste ano, a composição do novo número inclui serviços mais elevados e alimentação e administrados mais baixos.
Expectativas para o PIB
O Bradesco prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,0% em 2024, sustentado pelo consumo das famílias e um potencial crescimento nos investimentos ao longo do ano. A balança comercial também deve apresentar números positivos, atingindo marca de 90 bilhões de dólares, mesmo com um déficit em conta-corrente de 1% do PIB. As exportações de petróleo e minério devem se manter elevadas, resultando num saldo bastante positivo.
O impacto do câmbio na economia
Bradesco indica potencial valorização do câmbio, prevendo R$/US$ 4,70, apesar da pressão global da taxa de câmbio devido a fatores como cortes de juros nos EUA.
Essas projeções refletem a constante dinâmica de mudança da economia brasileira, e continuaremos acompanhando essa evolução para contribuir com informações relevantes e precisas.