A empresa elétrica brasileira Taesa (TAEE11) divulgou o balanço do terceiro trimestre que chama atenção para uma queda de 33% na distribuição de dividendos em comparação ao mesmo período do ano passado. A corporação anunciou uma rodada de dividendos no valor de R$ 204 milhões, fechando o período com pagamento total de R$ 340 milhões.
Nos primeiros nove meses do ano, foram pagos R$ 800 milhões em dividendos, o que representa uma queda de 38,8%. Entretanto, o questionamento que fica é: essa queda deve preocupar o investidor?
Especialistas opinam sobre a situação da Taesa (TAEE11)

Ricardo Schweitzer, analista independente, reflete que a redução é resultado do menor resultado regulatório, que veio conforme esperado. Ele garante que “a Taesa deve continuar com bons dividendos, com yields superiores à média do mercado, ainda que marginalmente menores que os do passado recente”. Entretanto, o analista-chefe da VG Research, Luan Alves, aponta para a alavancagem da empresa como um ponto para se ter atenção.
Alavancagem crescente é uma preocupação
“Tem pouco espaço para novos projetos e elevação dos dividendos”, avalia Alves. Nitta mesma linha, os analistas da Genial, Vitor Sousa e Israel Rodrigues, destacam que a Taesa já é a empresa mais alavancada dentre os especialistas consultados.
Vale observar que, a alavancagem crescente da empresa ocorre em um cenário econômico de juros altos. Além disso, a Taesa é a empresa com o menor prazo de concessão médio do segmento, com um pipeline de investimentos sem perspectivas de novos projetos. Isso pode representar uma estagnação no crescimento de receitas futuras.
Mas, e agora, o que fazer com a Taesa?
De acordo com a visão da Genial, a perspectiva da Taesa não é das melhores. Embora haja o anúncio de novos dividendos, suas estimativas de Taxa Interna de Retorno Implícita (TIR) são de 7,7% em termos reais, contra 5,89% das NTN-Bs 2045. “Aos atuais níveis de preço não vemos razões para uma recomendação mais agressiva ao papel, reiterando nossa recomendação de neutralidade”, explica a empresa de análise.
A XP, por sua vez, juntamente com a Genial, mantém uma visão de neutralidade para a Taesa, principalmente porque os resultados operacionais vieram conforme as expectativas. “Não vemos nenhum gatilho para crescimento no curto prazo”, completa a instituição financeira.
Ao final, cabe ao investidor se manter informado e tomar decisões baseando-se em informações relevantes e atualizadas. A incerteza faz parte do jogo no mundo dos negócios e investimentos, e saber lidar com ela pode definir o sucesso ou fracasso de um investimento.