
O crescimento desenfreado das big techs chegou ao fim, e algumas das maiores companhias do mundo promoveram demissões em massa, ou os chamados “lay offs”, para reduzirem os custos. Empresas de tecnologia chegaram a demitir dezenas de milhares de seus funcionários.
Algumas companhias, no caso, chegaram a demitir cerca de 50% de sua força de trabalho, como foi a situação do Twitter ao demitir 3,7 mil funcionários.
A combinação de inflação global, juros altos e risco de recessão nas principais economias globais foram fatores que forçaram as big techs a cuidarem de forma mais cautelosa dos seus gastos.
Para efeito de comparação, as cinco maiores demissões em massa somam um total de 57 mil pessoas. O número é maior do que a população em cidades brasileiras como Mariana, em Minas Gerais (54.179 habitantes), e Mirassol, em São Paulo (53,809 habitantes).
“Tradicionalmente, o setor de tecnologia é mais volátil”, destacou o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, em entrevista à BM&C News. Ele comentou ainda que no momento de alta das bolsas, a big techs tiveram as melhores performances, mas o ano passado foi de grandes quedas para a área.
“A volatilidade serve para os dois lados. Quando se tem um humor mais negativo no mercado, diversas ações, de fato, têm performado muito mal”, afirmou.
Confira os cinco maiores “lay offs”, ou demissões em massa, do mundo:
Amazon: 18 mil demissões
No começo do ano, o CEO da companhia, Andy Jassy, afirmou a intenção de demissão em massa. Os desligamentos ocorreram principalmente nas divisões de recursos humanos e lojas.
Os primeiros anúncios do “lay off” começaram já em novembro de 2022 e a expectativa era para a demissão de 10 mil funcionários.
A Amazon fez uma onda de contratações durante a pandemia de Covid-19. A força de trabalho global da empresa aumentou para mais de 1,6 milhão até o final de 2021. Porém, problemas como uma desaceleração no crescimento das vendas, aumento nas despesas e piora nas perspectivas econômicas frearam a companhia.
Alphabet: 12 mil demissões
A demissão, anunciada em 20 de janeiro pelo CEO da companhia, Sundar Pichai, veio a partir de um e-mail enviado para os funcionários. Nele, o executivo dizia que a atitude era uma resposta a “uma realidade econômica distinta à que enfrentamos hoje”.
“Fizemos uma revisão rigorosa em todas as áreas de produtos e atividades para garantir que nosso pessoal e nossos cargos estejam alinhados com nossas prioridades mais importantes como empresa”, escreveu Pichai.
Meta: 11 mil demissões
A primeira entre as cinco presentes nesta matéria, a Meta iniciou seu “lay off” já em novembro de 2022. No período, Mark Zuckerberg afirmou que compartilhava “algumas das mudanças mais difíceis que fizemos na história da Meta”.
A redução da força de trabalho atingiu 13% do total. Assim como as outras big techs, o motivo da demissão em massa se deve à desaceleração macroeconômica e ao aumento da concorrência, que fizeram com que a receita da companhia fosse muito menor do que ele esperava.
A decisão ocorreu em um momento no qual a companhia aposta no metaverso e realizou investimentos massivos nisso. Essa grande aposta custou cerca de US$ 13,7 bilhões em 2022.
Microsoft: 10 mil demissões
Em 18 de janeiro, foi a vez da Microsoft demitir seus funcionários. A desenvolvedora do Windows anunciou a demissão de mais de 10 mil funcionários da operação global da companhia, o que equivale a 5% do seu quadro de colaboradores.
“Estou confiante de que a Microsoft sairá disso mais forte e competitiva”, disse o CEO, Satya Nadella, aos funcionários em um memorando publicado no site da Microsoft.
O memorando também afirmou que, embora a Microsoft esteja desligando cargos em certas áreas, a empresa continuará a contratar em áreas estratégicas importantes.
Salesforce: 7 mil demissões
Logo nos primeiros dias do ano, a Salesforce começou os lay offs e decidiu reduzir em 10% do total de funcionários.
Em carta aos funcionários, o co-CEO Marc Benioff disse que os clientes têm sido mais “comedidos” em suas decisões de compra, devido ao ambiente macroeconômico desafiador, que levou a companhia a tomar a “decisão muito difícil” de demitir funcionários.