
O Ibovespa sofreu durante todo o pregão desta quinta-feira (21) com os riscos fiscais em Brasília e fechou o segundo dia da semana em queda considerável. Além disso, os preços das commodities também influenciaram na baixa de blue chips brasileiras, como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), que caíram 3,80% e 1,85%, respectivamente.
Entre as declarações da última quarta-feira, a que apresentou maior peso foram as falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre furar o teto de gastos.O ministro admitiu a necessidade de uma “licença para gastar” R$ 30 bilhões fora do teto de gastos – a principal regra fiscal do governo, que limita o avanço das despesas à inflação. O valor servirá para financiar um aumento temporário do Auxílio Brasil para garantir o pagamento de pelo menos R$ 400 a 16,9 milhões de famílias até o fim de 2022.
Apesar disso, outro fato também não agradou os investidores. O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta que o governo vai oferecer cerca de 750 mil caminhoneiros autônomos, uma ajuda para compensar o aumento do preço do diesel. Após a divulgação, a bolsa brasileira chegou a bater os 4,3% de queda.
Ao fim e ao cabo, o que ajudou a recuperar um pouco foi a votação da PEC dos precatórios e o anúncio do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) de um acordo com o governo para realizar mudança no teto de gastos que vai abrir um espaço de R$ 83,6 bilhões para despesas adicionais em 2022.
Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam sem direção única, com os papéis de IBM e Tesla em declínio depois da divulgação de seus balanços trimestrais e investidores no aguardo de mais resultados corporativos para ver o impacto de gargalos na cadeia de suprimentos e escassez de mão de obra no desempenho das empresas.
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O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em queda de 2,75%, cotado a 107.7351,01 pontos.
O dólar fechou em alta de 1,92%, cotado a R$ 5,667. A moeda norte-americana aprresentou variação de R$ 5,690 na máxima e R$ 5,623 na mínima.
Nos EUA, as bolsas encerraram mistas. O S&P 500 indicou +0,30% (4.549,78), o Nasdaq registrou +0,62% (15.216,70), enquanto o Dow Jones fechou em -0,02% (35.601,96).
Confira os destaques desta quinta:
Governo acerta mudança no teto de gastos que abrirá espaço de R$ 83,6 bi em 2022
O governo Jair Bolsonaro acertou uma mudança no teto de gastos que vai abrir um espaço de R$ 83,6 bilhões para despesas adicionais em 2022, ano em que o presidente da República buscará sua reeleição. O acordo foi fechado na manhã desta quinta-feira (21) entre as alas política e econômica do governo, após dias de embates para viabilizar o pagamento de R$ 400 aos beneficiários do Auxílio Brasil determinado por Bolsonaro.
A proposta que está na mesa e que deve ser validada com o presidente é mudar a fórmula do teto, que hoje é corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses até junho do ano anterior ao de sua vigência.
A ideia é adotar a correção da inflação de janeiro a dezembro. Só essa mudança proporcionaria uma folga extra de R$ 40 bilhões, segundo fontes ouvidas pela reportagem do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Pacheco diz que Estados não são responsáveis por alta dos combustíveis
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta quinta-feira que os Estados não são responsáveis pela alta dos combustíveis, destacando, em conversa com governadores, que quer trazer a Petrobras para falar sobre a solução do problema da política de preços.
“Estados não são responsáveis pela alta do preço, pelo menos não são os únicos responsáveis”, disse ele, em encontro por videoconferência com governadores.
Trechos da fala de Pacheco na reunião foram divulgados pela assessoria do governador Wellington Dias (PI), que é presidente do Consórcio Nordeste.
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