O cenário político toma conta do pessimismo no Ibovespa, que fechou em forte queda nesta quarta-feira (8) e voltou aos 113 mil pontos pela primeira vez desde março deste ano. A bolsa é impulsionada pelas repercussões das principais autoridades do país em relação às manifestações pró e contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Durante esta tarde, autoridades do país fizeram discursos se posicionando sobre os movimentos do feriado de 7 de setembro.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) disse que a Câmara quer desempenhar o papel de pacificação entre os poderes: “Conversarei com todos, e com todos os poderes. É hora de dar um basta a essa escalada em um infinito looping negativo. Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil de verdade”.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, foi incisivo sobre as provocações e ameaças: “Ninguém fechará esta Corte, nós a manteremos de pé, com suor, perseverança e coragem”, afirmou Fux.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, também se manifestou sobre os protestos: “Como previsto na Constituição Federal de 1988 e em nosso sistema de leis, discordâncias, sejam políticas ou processuais, hão de ser tratadas com civismo e respeitando o devido processo legal e constitucional”.
As incertezas sobre a redução de estímulo pelo Federal Reserve nos Estados Unidos continuam preocupando as bolsas norte-americanas, que registram baixa nesta quarta. O principal motivo é a disseminação da variante Delta do coronavírus que pode desacelerar o crescimento econômico mundial.
Veja mais:
- Lira pede pacificação entre poderes e afirma que conversará com todos
- ‘Ninguém fechará esta Corte, nós a manteremos de pé’, diz Fux em pronunciamento no STF
- Aras: ‘Discordâncias hão de ser tratadas respeitando o devido processo legal’
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em forte baixa de 3,78%, cotado a 113.412,84 pontos.
O dólar fechou na máxima do dia, com forte alta de 2,89%, cotado a R$ 5,326.
Nos EUA, as bolsas fecharam em baixa. O S&P 500 encerrou o dia em -0,13% (4.514,15), o Nasdaq finalizou com -0,57% (15.286,64), enquanto o Dow Jones ficou em -0,20% (35.030,74).
Confira outros destaques desta quarta:
Manifestações em estradas federais do Sul afetam tráfego de caminhões, diz PRF
Manifestações em estradas do Sul do Brasil estão bloqueando o tráfego de caminhões nesta quarta-feira, conforme relatos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Twitter.
Segundo publicação da polícia na rede social, no Paraná há pontos de interdição nas rodovias federais BR-376, em Paranavaí, e na BR-376, em Maringá.
“Estão sendo retidos apenas veículos de carga. Veículos de passageiros e cargas perecíveis estão liberados”, disse a polícia.
Grupo de caminhoneiros bloqueia Esplanada e pressiona invasão ao STF
Após as manifestações do dia 7 de setembro, apoiadores do governo permanecem em Brasília. Mais de cem caminhões ocupam a Esplanada dos Ministérios e pressionam a derrubada do bloqueio que dá acesso ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional.
De acordo com informações do jornal Folha de São Paulo, o movimento desta quarta-feira (8) está ligado às empresas de agronegócio de Goiás, Santa Catarina e São Paulo.
Os caminhoneiros falam abertamente sobre a invasão ao STF, em fechamento da Suprema Corte e na prisão dos ministros, que foram citados por Bolsonaro e seus apoiadores, que compareceram às manifestações de ontem.
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