
O relatório payroll do Departamento de Trabalho mostrou que a economia norte-americana criou 235 mil empregos não-agrícolas em agosto. Os números ficam abaixo das expectativas e dos dados de julho. A previsão dos economistas era uma soma de 750 mil empregos no período. Esses dados podem mexer com as políticas do Federal Reserve (Fed), especialmente sobre quando o banco central americano começará a desacelerar seu programa de compra de ativos.
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Para explicar esse cenário o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, disse que os setores de lazer, restaurantes e hotelaria fazendo muitas contratações e demissões rapidamente e, com a variante Delta, os empresários ficaram mais cautelosos. O cenário é de receio do fechamento dos comércios e redução da procura por viagens.
“Uma segunda explicação é que se imagina que olhando para frente, essa geração de vagas, que decepcionou, eventualmente possa ser compensada por uma geração de pessoas que deixam de receber um dinheiro extra do seguro-desemprego”, disse William à BM&C News. Essa foi uma das medidas americanas para sair da crise econômica.
Além disso, o estrategista destacou que a economia americana não deve preocupar o mercado: “Me preocupa até mais a desaceleração da China que me parece que está sendo mais acentuada do que nos Estados Unidos, vide os PMI que saíram nesta semana”.
O PMI da China divulgado na última quarta-feira (1º) do Caixin/Markit caiu a 49,2 no mês passado, de 50,3 em julho, sendo que a marca de 50 separa crescimento de contração. Além disso, o subíndice de produção recuou a 47,7, ritmo mais lento desde fevereiro de 2020, quando a China viveu o ápice da pandemia. Já o subíndice de novas encomendas caiu a 48,0.
Para o analista, Alan Ghani, a leitura é de um sinal da desaceleração da economia americana. “Talvez o Fed tenha uma leitura na próxima reunião de que o mercado de trabalho não está tão aquecido como se imaginava na última reunião que houve. Então, talvez, há um risco do tapering, que é a redução de compras de ativos, ficar para o ano que vem”, avaliou.
Confira as entrevistas na íntegra:
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