Roer unhas na vida adulta, conhecido como onicofagia, é muito mais do que um simples mau hábito. A psicologia o classifica como um comportamento repetitivo focado no corpo, frequentemente ligado à ansiedade, ao perfeccionismo e à busca por alívio emocional.
A ansiedade e o perfeccionismo como gatilhos principais
A onicofagia na vida adulta é frequentemente um mecanismo de enfrentamento para lidar com o estresse e a ansiedade. O ato de roer as unhas serve como uma válvula de escape física para a tensão mental, proporcionando uma distração momentânea de sentimentos de nervosismo ou frustração.

Curiosamente, o perfeccionismo também é um gatilho poderoso. A pessoa pode começar a roer a unha para “corrigir” uma pequena irregularidade ou imperfeição, entrando em um ciclo compulsivo onde a tentativa de consertar acaba piorando a situação e gerando mais ansiedade.
O que é um comportamento repetitivo focado no corpo?
Roer as unhas é classificado pela psicologia como um Comportamento Repetitivo Focado no Corpo (CRFC). Essa é uma categoria de comportamentos que inclui também puxar os cabelos (tricotilomania) ou cutucar a pele (dermatilomania), nos quais a pessoa manipula o próprio corpo de forma repetitiva.
Esses comportamentos podem ser automáticos, ocorrendo de forma inconsciente enquanto a pessoa está concentrada em outra tarefa, ou focados, quando há um impulso consciente de realizar a ação. Em ambos os casos, o objetivo subjacente é a autorregulação emocional, ou seja, acalmar-se. As principais funções do CRFC são:
- Aliviar o estresse, a ansiedade ou o tédio.
- Proporcionar uma sensação momentânea de prazer ou alívio.
- Servir como um mecanismo de distração de pensamentos ou emoções desconfortáveis.
- Satisfazer um impulso perfeccionista de “corrigir” uma imperfeição.
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A busca por alívio e a sensação de recompensa
O hábito de roer as unhas se mantém por causa de um ciclo de recompensa no cérebro. O ato de morder a unha libera uma sensação de alívio ou prazer momentâneo, o que reforça o comportamento. O cérebro aprende que essa ação é uma forma rápida de diminuir a tensão, tornando-a um hábito difícil de quebrar, veja abaixo o vídeo do canal Saúde na Rotina com Diego e Dafne:
Essa recompensa neurológica transforma o ato em uma resposta quase automática a qualquer gatilho de estresse. É um mecanismo de autossossego que, embora prejudicial a longo prazo, oferece um consolo imediato para a mente.
Como a psicologia aborda o tratamento da onicofagia?
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes para tratar a onicofagia. Uma técnica específica, chamada de Treinamento de Reversão de Hábitos, ajuda a pessoa a aumentar a consciência sobre o comportamento, identificar os gatilhos e substituí-lo por uma resposta concorrente, como apertar uma bola de estresse.
O primeiro passo é sempre a conscientização. Muitas pessoas nem percebem que estão roendo as unhas até que o dano esteja feito. Reconhecer os momentos e os sentimentos que levam ao hábito é fundamental para desenvolver estratégias e finalmente quebrar o ciclo.
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