Nos últimos meses, o Brasil tem vivenciado uma onda de desinflação e desaceleração da economia. Em seu novo relatório, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresenta uma perspectiva otimista em relação à taxa básica de juros, a Selic.
Espera-se que a Selic se mantenha em declínio nos próximos dois anos, marcando uma taxa de 9,2% até o final de 2024 e 7,8% na segunda metade de 2025. Para justificar essa previsão, a OCDE aponta quedas constantes da inflação e altos juros reais, o que sinaliza a necessidade de mais cortes.
Qual a previsão para a inflação nos próximos anos?

Segundo o relatório da OCDE, a inflação deve fechar 2023 em 4,5% e desacelerar para 3,2% no ano seguinte, atingindo a meta de 3% em 2025. A organização atribui essa diminuição nos preços à antecipação de cortes nos juros e normalização na cadeia de suprimentos após a pandemia.
A OCDE, também conhecida como “Clube dos Países Ricos”, não está tão otimista em relação ao PIB do Brasil. Para 2023, a expectativa é de um crescimento de 3%, número menor que a previsão de 3,2% feita em setembro. Para 2024 e 2025, a previsão é de uma desaceleração da economia.
O que esperar da economia brasileira nos próximos anos?
A entidade destaca que as exportações agrícolas vão impulsionar o crescimento em 2023, mas devem desacelerar nos anos seguintes devido aos baixos preços de commodities. Além disso, considera-se que a produção industrial está 1,8% abaixo do patamar pré-pandemia e que o setor de serviços está em desaceleração.
Por outro lado, o mercado de trabalho tem se mostrado resiliente, com uma taxa de desemprego de 7,7% – o menor resultado desde 2015, fortalecendo a demanda doméstica. A queda da inflação e o aumento das transferências de renda através do Bolsa Família de R$ 600 também contribuem para manter o PIB em um patamar mais alto.
A OCDE acredita que a política fiscal mais expansionista do governo deve continuar em 2024, no entanto, o governo deve conseguir um superávit primário de 1% do PIB. Para isso, espera-se um aumento das receitas em 1,5% do PIB e um crescimento nas despesas de 1% do PIB. Por fim, a entidade ressalta a importância de uma reforma tributária para impulsionar o crescimento e simplificar a tributação de bens e serviços.
Apesar dessas previsões para o Brasil, a OCDE prevê um crescimento global de 2,9% em 2023, caindo para 2,7% em 2024 e recuperando para 3% em 2025. Segundo a entidade, o aperto monetário para combater a alta dos preços tem surtido efeito, inclusive melhorando o PIB em algumas nações mais ricas.
















