Lançado em novembro de 2020 pelo Banco Central do Brasil, o Pix transformou de maneira significativa o cenário dos pagamentos eletrônicos no país. Em seus quatro primeiros anos de operação, o sistema conquistou ampla adesão entre pessoas físicas e jurídicas, demonstrando eficiência, praticidade e segurança nas transações instantâneas. Sua popularidade o tornou o instrumento de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, superando inclusive o dinheiro em espécie e cartões.
O sistema de pagamentos instantâneos brasileiro não só facilitou transferências entre clientes de diferentes instituições e horários distintos, como também impulsionou a digitalização de serviços financeiros. Em 2024, o Pix se consolida como líder mundial, tanto no volume de operações por habitante quanto nos valores transacionados em proporção ao Produto Interno Bruto, destacando-se em ambiente global competitivo e inovador.
Como surgiu o Pix e quais são seus diferenciais?
A motivação principal para o desenvolvimento do Pix foi a necessidade de modernizar o mercado de pagamentos no Brasil, que até então dependia fortemente do dinheiro em espécie e possuía limitações nos serviços digitais existentes. O Banco Central identificou oportunidades de ampliar a inclusão financeira e reduzindo custos operacionais, tornando processos mais acessíveis para a população e para os negócios.
O Pix diferencia-se por ser um sistema acessível, gratuito para pessoas físicas e flexível. Permite transferências de qualquer valor em poucos segundos, em qualquer dia e horário do ano, além de realizar pagamentos para empresas, governos e instituições. A interoperabilidade e a padronização da experiência sugerem um modelo democrático, no qual bancos, fintechs e cooperativas de crédito oferecem acesso igualitário ao serviço.
Quais sistemas internacionais se assemelham ao Pix?
No cenário internacional, diversas nações implementaram sistemas de pagamentos instantâneos, mas apresentam diferenças relevantes em relação ao Pix brasileiro. A Coreia do Sul, pioneira desse tipo de sistema, oferece transferências 24 horas desde 2001, com foco majoritário em operações entre contas de uma mesma instituição. A Índia destaca-se pelo volume massivo de transações eletrônicas, a Suíça e a Austrália também acompanham a tendência.
O estudo divulgado pela Zetta revelou que, em 2024, apenas o PromptPay, da Tailândia, apresentou desempenho próximo ao Pix, tanto em quantidade de operações por pessoa quanto em percentual do PIB movimentado. Contudo, o PromptPay ganhou força especialmente devido à utilização governamental para repasse de benefícios sociais. Em outros locais, há limitações, como restrição a transferências entre pessoas ou a compensação realizada apenas ao final do dia.
Por que o Pix virou referência mundial?
Alguns fatores explicam a visibilidade e o sucesso do Pix internacionalmente. Primeiramente, a amplitude dos serviços oferecidos é um destaque, com opções que vão de transferências comuns a pagamentos de impostos, tarifas públicas e quitação de contas de consumo. O modelo operacional e a marca bem definida também foram essenciais para a rápida disseminação e aceitação.
- Integração total: autoriza transferências e pagamentos para qualquer pessoa ou organização, sem restrições geográficas ou institucionais.
- Disponibilidade contínua: possibilita operações 24h, todos os dias da semana, sem atrasos ou dependência do expediente bancário tradicional.
- Gratuidade para pessoas físicas: diferentemente de outros países, as transferências entre usuários físicos no Brasil geralmente não têm custo.
- Flexibilidade e novas funções: o sistema permite a implementação contínua de novidades, como o Pix automático para pagamentos recorrentes e a possibilidade de pagamentos via crédito.
A exportação do modelo brasileiro já se tornou realidade, com países como Colômbia e Peru adotando sistemas inspirados no Pix. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve observou elementos do Pix para desenvolver o FedNow, apesar das diferenças no desenho operacional.
Pix em números: qual o impacto no Brasil em 2024?

Em novembro de 2024, o Pix registrou 373 transações per capita no país, movimentando o equivalente a 226% do PIB. Esses dados refletem o alcance do sistema entre a população adulta e empresas, superando amplamente os cartões e as transações em dinheiro. Estima-se que 96% dos adultos e 84% dos negócios brasileiros utilizam o meio de pagamento, evidenciando sua relevância para a economia nacional.
- Rápida adesão da população e das empresas de todos os portes.
- Redução de custos operacionais no sistema financeiro.
- Estímulo à inovação e à competição entre instituições financeiras.
- Inclusão de faixas sociais previamente desbancarizadas.
A plataforma do Pix, com suas atualizações constantes e modelagem flexível, permite o surgimento de novas funcionalidades e usos. A expectativa para 2025 inclui ainda mais inovações, tornando o exemplo brasileiro cada vez mais relevante no cenário internacional de fintechs e pagamentos digitais.