O economista VanDyck Silveira esteve ao vivo no programa do BM&C News de ontem e apontou a irresponsabilidade econômica como a principal causa do desastre no Rio Grande do Sul. Segundo Silveira, o estado, que detém a maior dívida do país, falhou em investir na contenção de enchentes, resultando em tragédias evitáveis. Ele destacou que a falta de manutenção das barragens foi um fator crucial para o colapso ocorrido.
Silveira criticou a gestão de sucessivos governadores do Rio Grande do Sul, acusando-os de negligenciar investimentos essenciais na infraestrutura de contenção de enchentes. “Com toda essa dívida, o que foi feito com o dinheiro?”, questionou o economista. Ele ressaltou que, apesar dos precedentes históricos das cheias no Rio Guaíba, medidas preventivas foram sistematicamente ignoradas nos últimos 30 anos.
O economista também direcionou críticas ao governo federal, afirmando que a falta de projetos contracíclicos e a ausência de superávits fiscais em tempos de crescimento econômico deixaram o país mal preparado para lidar com emergências. Silveira apontou que a gestão federal, tanto durante o governo Bolsonaro quanto no atual governo Lula, falhou em criar reservas financeiras para enfrentar crises.
Silveira alertou para as consequências econômicas da falta de planejamento, prevendo uma recessão nos próximos 3 a 5 anos. Ele explicou que, sem superávits fiscais durante períodos de crescimento, o governo será forçado a aumentar o endividamento, pressionando a taxa de juros e a inflação. “No momento que tivermos um problema como o do Rio Grande do Sul, não haverá dinheiro. Teremos que criar nova dívida, aumentando o endividamento e pressionando a economia”, afirmou.
Outro ponto abordado foi o impacto das políticas governamentais na competitividade e nos investimentos industriais. Silveira destacou que o alto consumo de crédito pelo governo impede que o setor privado invista adequadamente, resultando em uma indústria nacional menos competitiva no mercado global. Ele criticou as tarifas protecionistas que impedem a entrada de concorrência internacional, criando um ambiente desfavorável para o investimento estrangeiro.
Para VanDyck Silveira, a tragédia no Rio Grande do Sul é um reflexo de uma série de falhas econômicas e de gestão tanto a nível estadual quanto federal. O economista enfatiza a necessidade de uma revisão profunda nas políticas fiscais e de investimentos em infraestrutura para evitar que desastres similares ocorram no futuro.
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