De acordo com João Pedro, diretor de Investment Banking da Criteria, 2024 pode ser um ano de mudança a respeito de setores que irão abrir seu capital na bolsa. “Companhias sólidas, tais como infraestrutura, saneamento, e telecomunicações serão os prováveis alvos nos próximos IPOs — empresas que normalmente têm negócios mais consolidados, com menor risco e execução mais garantida de geração de caixa”, aponta.
Investidores devem escolher empresas mais sólidas
Para João Pedro, em um momento onde a inflação passa por um período de alta e os cortes nos benefícios fiscais trazem incertezas, os investidores mais conservadores procuram empresas estáveis. “Antes de investir em uma empresa, é preciso ter um conhecimento prévio. Muitos vão preferir empresas maiores que já têm um histórico no mercado”, indica.
Tecnologia pode ficar em segundo plano
Ainda segundo o diretor, o setor de tecnologia pode perder espaço nos IPOs, ao contrário do que ocorreu em anos anteriores. “Em 2020 e 2021 pequenas empresas ou inovadoras de tecnologia foram à Bolsa para captar recursos, porém, por serem menores, não negocia tanto na Bolsa, e acabam ficando com baixa liquidez”, explica.
Ano de recordes de IPOs na bolsa
Apesar da queda prevista, 2021 finalizou como o ano recorde de IPOs na B3. Ao todo, foram contabilizadas 45 ofertas públicas de ações, de companhias como Assaí, PetroReconcavo, Intebras, GetNinjas, Espaço Laser e outras. Cerca de R$ 65 bilhões foram captados, superando a marca dos R$ 55 bilhões em 2007.
2024 trará mudanças no cenário de investimentos?
Com a taxa de juros no Brasil em alta e a crise econômica derivada da pandemia, o cenário dos investimentos pode mudar. Se em 2021 a palavra-chave foi novidade, em 2024 os investidores podem se tornar mais cautelosos e buscar empresas sólidas nos setores mais tradicionais. Resta aguardar para ver como esse novo cenário irá se desenrolar.
