Recentemente, a presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) esclareceu um mistério que causou bastante confusão: o desaparecimento de 223,6 mil solicitações de benefícios que estavam em espera. Acontece que os pedidos não haviam sumido, mas estavam escondidos em uma espécie de limbo dentro do sistema do órgão.
O atual presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, falou a respeito do assunto recentemente ao esclarecer que “alguém deixou [os pedidos] numa gaveta”. Ainda não se sabe se a causa do problema foi um erro de sistema, negligência ou um ato intencional. O que está claro para Stefanutto é que este problema foi herdado da administração anterior.
Como os pedidos desapareceram

Conforme a versão oficial do INSS, os requerimentos estavam associados a uma unidade desativada no sistema. Para os potenciais beneficiários, a posição dos pedidos aparecia como “em análise”. No entanto, não havia tarefas abertas para que um funcionário do INSS fizesse a avaliação devida. Stefanutto compara a situação a uma situação em que “alguém sai, a unidade fecha, tranca a porta e os processos ficam lá”.
E as consequências disso?
Outra falha ocorrida em 2023 envolveu 49 mil solicitações que já haviam sido analisadas por médicos peritos, mas foram encaminhadas para ajustes cadastrais. Estes pedidos ficaram retidos indevidamente em um limbo, sem gerar qualquer tipo de tarefa para os funcionários. Assim como os pedidos anteriores, esses também tiveram de ser reintegrados à fila do INSS.
Vale notar que o problema revisitou quando o Ministério da Previdência lançou o Portal da Transparência Previdenciária. Nesse portal, a estatística de solicitações em espera para junho era 223,6 mil a menos do que o apontado para o mesmo período em outro documento oficial, o Beps (Boletim Estatístico da Previdência Social).
Conclusão
Apesar de todos esses problemas e controvérsias, Stefanutto garante que todos os pedidos “engavetados” foram reincorporados à fila e a situação está sendo devidamente analisada. Ele também assegura que se for verificado que o desaparecimento foi devido a um erro sistemático, este será corrigido. Caso seja identificado dolo, o caso será encaminhado à corregedoria. “É um caso muito grave. Mesmo se foi negligência, é como atropelar alguém porque não prestou atenção no farol fechado.”, conclui Stefanutto.















