O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, encerrou a semana em movimento positivo após dias de volatilidade. Até quinta-feira, acumulava queda de 0,30%, mas na sexta-feira (5) registrou alta de 1,17%, chegando a 142.640 pontos e atingindo uma nova máxima histórica. Esse desempenho foi impulsionado pelo cenário externo, marcado pela expectativa de corte de juros nos Estados Unidos.
Além disso, fatores internacionais exerceram forte influência. O relatório de emprego norte-americano (payroll) mostrou a criação de apenas 22 mil vagas em agosto, contra 75 mil esperadas. Esse dado reforçou a convicção de que o Federal Reserve reduzirá os juros já na próxima reunião, o que estimulou o apetite por risco e trouxe fluxo para mercados emergentes, beneficiando diretamente o Ibovespa.
O que explica o desempenho do Ibovespa nesta semana?
Segundo Everton Dias, CFP e economista-chefe da Legado Investimentos, o início da semana foi marcado pela baixa liquidez global devido ao feriado do Dia do Trabalho nos EUA. “Na segunda-feira, com o mercado americano fora do ar, acabou tirando liquidez do mercado global. Essa foi a temática do início da semana”, afirmou.
Nesse contexto, os dados fracos de emprego nos EUA transformaram-se em combustível para a alta. Dias destacou: “As apostas viraram para 100% de certeza que teremos uma queda de juros na próxima reunião do Fed. Isso deve gerar fluxo para mercados emergentes, como o Brasil.”
Quais setores puxaram o Ibovespa no fechamento?
O minério de ferro seguiu em valorização pelo quinto dia consecutivo, impulsionando as ações da Vale. Por outro lado, a Petrobras foi pressionada pela queda do petróleo, em meio à expectativa de que a OPEP aumente a produção global na reunião marcada para domingo. “O minério trouxe uma alta expressiva para a Vale, enquanto o petróleo foi na direção oposta, pressionando a Petrobras”, observou Dias.
Enquanto isso, o dólar também colaborou para a melhora do humor nos mercados. A moeda norte-americana chegou a R$ 5,38 nas mínimas e fechou a semana em R$ 5,40, em queda frente ao real.
Ibovespa seguirá em alta nas próximas semanas?
No cenário interno, a política deve trazer novos testes ao mercado. Everton Dias ressalta que “teremos uma semana decisiva com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e, no Congresso, a votação da pauta da anistia”. Essas discussões podem alterar o equilíbrio político e influenciar a confiança dos investidores.
Por outro lado, no exterior, a atenção segue voltada para a chamada “super quarta”, quando o Fed deve anunciar sua decisão de juros. Para os analistas, esse continuará sendo o principal fator de influência sobre o Ibovespa no curto prazo.
Resumo da semana: desempenho do Ibovespa e destaques
- Ibovespa: queda de 0,30% até quinta-feira; alta de 1,17% na sexta, novo recorde em 142.640 pontos.
- Dólar: chegou a R$ 5,38 e encerrou a semana em R$ 5,40.
- Setores em alta: minério de ferro (Vale) e bancos.
- Setores em queda: petróleo (Petrobras).
- Contexto global: payroll fraco reforçou a expectativa de corte de juros pelo Fed.