O Ibovespa fechou o mês de julho com uma queda de 4,17%, marcando o pior desempenho do índice no ano até agora. O índice encerrou o pregão de quinta-feira, 31 de julho, aos 133.071,05 pontos, após uma desvalorização de 0,69% no dia. Durante o mês, o índice chegou a atingir a marca de 138.000 pontos, mas recuou devido a fatores internos e externos que pesaram sobre o mercado.
Quais fatores impactaram o desempenho do Ibovespa?
A pressão sobre o mercado foi exercida, principalmente, pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre diversos produtos brasileiros, incluindo café, carnes e sucos de laranja. A medida foi anunciada no início de julho, gerando incerteza nos investidores e afetando diretamente as empresas com forte presença no mercado norte-americano.
Flávio Conde, head de renda variável da Levante, comentou sobre o impacto dessa situação: “O Ibovespa estava lá no seu 138, 139.000. Todo mundo achava que era um patamar ok. E vem isso daí.” A medida, que inicialmente gerou tensão no mercado, acabou sendo parcialmente aliviada quando o governo americano anunciou a isenção de tarifas para vários setores, o que permitiu uma recuperação momentânea. No entanto, a incerteza continuou pesando sobre o índice.
Além disso, o fluxo de investidores estrangeiros também desempenhou um papel importante no movimento do mercado. Segundo Conde, “O investidor estrangeiro tirou até dia 27 de julho, R$ 800 milhões. Em média, historicamente, todo mês que os investidores estrangeiros tiram mais que 3 bilhões, a bolsa cai.” O comportamento de venda por parte dos estrangeiros foi um reflexo da instabilidade política e econômica, além da valorização do dólar e da perspectiva de juros mais elevados nos EUA.
O que esperar para agosto?
O fechamento de julho deixa um cenário desafiador para agosto, com o mercado ainda reagindo à possível continuidade das tarifas e à volatilidade política interna. Flávio Conde fez uma avaliação sobre as perspectivas: “Ele vai voltar, ele vai voltar aos poucos, mas tem duas coisas que pioraram além do Trump, das tarifas e do embate Lula-Trump, que são os juros americanos e os juros brasileiros.” A alta nas taxas de juros, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, continua a ser um fator que limita o apetite por risco dos investidores.
O cenário para os próximos meses ainda é incerto. Apesar de a bolsa ter registrado uma alta de 10,63% no acumulado do ano até julho, o movimento de cautela deverá continuar enquanto os investidores monitoram os desdobramentos tanto do cenário fiscal quanto das relações externas.
Principais dados do Ibovespa em julho
- Fechamento em 31 de julho: 133.071,05 pontos (-4,17% no mês)
- Máxima do mês: 138.000 pontos
- Fluxo estrangeiro negativo: Saída de R$ 800 milhões até 27 de julho
- Valorização do dólar: R$ 5,60
- Alta acumulada em 2025 até julho: 10,63%
Em resumo, o Ibovespa teve um mês de julho turbulento, refletindo o impacto das tarifas impostas pelos EUA, o fluxo de investidores estrangeiros mais cauteloso e a volatilidade política interna. As expectativas para agosto seguem incertas, com a continuação das tensões externas e a necessidade de monitoramento dos indicadores econômicos no Brasil.
 
			



 














