Após a divulgação do Índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE) nos EUA ontem, com núcleo em linha com as estimativas do mercado, o foco dos investidores se voltou para o relatório de emprego (payroll) desta sexta-feira. O dado veio abaixo do esperado, registrando apenas 12 mil novas vagas em outubro, frente às expectativas de 113 mil. Essa desaceleração na criação de empregos sugere uma possível fraqueza no mercado de trabalho americano, o que aumenta a pressão sobre o Federal Reserve (Fed), que se reúne na próxima “Superquarta” para decidir sobre os juros.
As expectativas para a reunião do FOMC apontam para um possível corte de 25 pontos base nos juros americanos, enquanto, no Brasil, o Copom deve adotar uma postura mais rígida, com um possível aumento de 50 pontos base na Selic. A decisão de juros do Fed será um ponto-chave, dado que o mercado americano ainda avalia os efeitos dos últimos dados de inflação e emprego na economia.
Além das expectativas sobre a política monetária, os investidores também monitoram atentamente as eleições presidenciais nos EUA, que geram volatilidade adicional no mercado. A disputa, que promete ser acirrada, levanta dúvidas sobre os rumos da política fiscal e comercial americana, com possíveis impactos no cenário global.
Cenário no Brasil
No Brasil, o clima de incerteza também persiste. Os investidores aguardam ansiosos por medidas de contenção de gastos do governo, mas, até o momento, não há uma definição clara sobre o pacote fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estará ausente do país na próxima semana, em viagem à Europa, o que pode adiar o anúncio de qualquer nova medida até seu retorno.
Com o cenário internacional e doméstico repleto de incertezas, o mercado financeiro abre o dia em compasso de espera, atento às movimentações dos principais indicadores e à postura dos bancos centrais.
