As vendas financiadas de motos no Brasil avançaram 10,3% em agosto de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024, segundo dados divulgados pela B3. Frente a julho deste ano, o crescimento foi de 6,5%, confirmando a tendência de maior procura por motocicletas, impulsionada por fatores como custo reduzido, agilidade no trânsito e uso crescente em serviços de entrega.
Em contrapartida, os veículos leves apresentaram retração de 4,5% na comparação anual e de 5,6% em relação a julho. Já os autos pesados registraram quedas ainda mais acentuadas: -15,9% frente a agosto de 2024 e -9,9% na variação mensal.
Saldo geral do mercado de financiamentos
No total, o mercado de financiamentos de veículos — que engloba motos, autos leves e pesados — somou 622 mil unidades em agosto. O resultado representa uma queda de 1,5% em relação ao mesmo mês de 2024 e de 2,7% frente a julho deste ano. No acumulado de 2025, até agosto, foram 4,669 milhões de unidades financiadas, o que equivale a uma redução de 0,4% na comparação com o ano anterior, cerca de 20 mil veículos a menos.
Apesar da queda geral, o desempenho do mês de agosto se destacou pela média diária. “O resultado apresentou o melhor desempenho por dia útil do ano até o momento, com 29,6 mil veículos financiados. Esse desempenho mostra que o mercado continua aquecido, superando inclusive o excelente resultado registrado no ano anterior”, afirmou Daniel Takatohi, superintendente de Produtos de Financiamentos da B3.
Motocicletas seguem na contramão do mercado
O avanço das motos evidencia mudanças no perfil do consumidor brasileiro. Com maior facilidade de acesso ao crédito, parcelas mais baixas e crescente relevância no setor de logística urbana, o segmento tem sustentado parte da demanda no mercado automotivo. A tendência reforça o papel das motocicletas como alternativa em meio ao cenário de juros altos e desaquecimento de outras categorias de veículos.
Para os próximos meses, analistas avaliam que a busca por motos deve seguir em alta, enquanto veículos leves e pesados podem continuar pressionados pelas condições de crédito mais restritivas e pelo custo elevado de manutenção.