O mercado cambial brasileiro encerrou no dia 06/12 (quarta-feira) com uma desvalorização significativa da moeda americana. Entre todas as moedas analisadas, o real foi uma das que mais se beneficiou na sessão. De acordo com operadores do mercado, um dos motivos para a valorização do real é o alto diferencial de juros, bastante atraente no cenário internacional. Além disso, as declarações recentes do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, podem ter reforçado esse movimento.
Ao fim do pregão, o dólar comercial encerrou em queda de 0,45%, cotado a R$ 4,9256. Ao longo do dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,9246 e a máxima de R$ 4,9672. Acompanhado do peso colombiano e do peso chileno, o real se destacou entre as principais divisas com melhor desempenho frente ao dólar.
O que influenciou a oscilação no mercado cambial?

Pela manhã, o dólar iniciou o dia em alta, influenciado pela valorização global da moeda americana. Porém, com a redução da pressão dos Treasuries, a moeda iniciou um movimento de queda. Ao mesmo tempo, moedas como o real, o peso mexicano e o peso colombiano se valorizaram. Segundo Marcel Yagui, gestor de moedas da BlueLine, o diferencial de juros das moedas latino-americanas é um fator chave com atuação nesse cenário.
Como se espera que o cenário cambial evolua?
Yagui revelou uma visão positiva em relação ao real e ao cenário global de riscos. Segundo o gestor, há inclusivamente espaço para um aumento da posição comprada em real contra o dólar. Uma das preocupações do mercado é o fim do ano, um período marcado por saídas sazonais pelo fluxo financeiro, pagamento de dividendos e envio de lucros para o exterior. Contudo, Yagui acredita que este cenário pode servir como uma oportunidade para intensificar posições compradas.
Todavia, o banco BBVA alertou que uma valorização do dólar na cena global, combinada com um estado de risco mais reduzido e a evolução dos preços das commodities, pode prejudicar as moedas latino-americanas. Futuros dados de inflação e feriados prolongados também podem influenciar o quadro, fazendo com que os investidores busquem posições mais defensivas frente ao câmbio latino-americano.
















