A Rede Sol Fuel Distribuidora, alvo da Operação Carbono Oculto, está no centro de uma apuração conduzida pelo Ministério Público de São Paulo, Polícia Federal e Receita Federal. As autoridades investigam possíveis ligações da empresa com o Primeiro Comando da Capital (PCC), por meio do fundo Mabruk II (que seria gerido pela Reag Investimentos), apontado como instrumento de lavagem de capitais. A companhia, no entanto, nega qualquer envolvimento no esquema.
Segundo os promotores, a distribuidora possui contratos expressivos, somando R$ 424 milhões, para o fornecimento de combustíveis a órgãos federais, estaduais e forças de segurança. Entre os clientes, estão desde a Presidência da República até diferentes ministérios e unidades das Forças Armadas, com abastecimento de veículos e aeronaves.
Quais são os principais contratos investigados?
Os documentos analisados mostram que a Rede Sol mantém relações comerciais com diferentes esferas de governo. Entre os contratos mais relevantes estão:
- Presidência da República — R$ 3,1 milhões, para abastecimento de veículos e residências oficiais;
- Polícia Militar do Rio de Janeiro — R$ 148 milhões, para fornecimento de gasolina comum;
- Comando da Aeronáutica — R$ 154 milhões, para fornecimento de querosene de aviação;
- Ministério da Fazenda — R$ 1,31 milhão, para fornecimento de combustível;
- Ministério da Saúde — R$ 330 mil, para fornecimento de óleo diesel.
Além disso, os contratos chamam atenção pelo volume de recursos direcionados a setores estratégicos, como forças de segurança e aviação militar, áreas diretamente relacionadas à soberania nacional.
Quem é o empresário por trás da Rede Sol?
A empresa pertence a Valdemar de Bortoli Júnior, apontado pelos investigadores como alguém com “sólidos vínculos com indivíduos e entidades envolvidos em fraudes e lavagem de capitais”. Enquanto isso, a distribuidora sustenta que nunca foi adquirida pelo fundo Mabruk II e que atua legalmente no mercado de combustíveis.
Nesse sentido, a defesa da Rede Sol reforça que as acusações carecem de provas concretas e que a companhia segue cumprindo regularmente seus contratos. Por outro lado, o MP-SP e demais órgãos de controle ainda não confirmaram se haverá revisão ou suspensão dos contratos vigentes.
O que esperar da Operação Carbono Oculto?
A investigação segue em andamento e deve aprofundar a análise sobre o fluxo financeiro entre distribuidoras, fundos de investimento e organizações criminosas. Enquanto isso, cresce a expectativa sobre possíveis impactos nos contratos governamentais e a adoção de novas medidas de controle para evitar que recursos públicos sejam desviados para atividades ilícitas.