Copom eleva Selic para 14,75%, dentro da expectativa do mercado

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (7) elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, de 14,25% para 14,75% ao ano. A decisão, unânime entre os membros do comitê, confirma as expectativas do mercado financeiro e marca a quinta alta consecutiva da taxa básica de juros no atual ciclo.

No comunicado divulgado logo após a reunião, o Banco Central reforçou que a decisão se baseia em um “cenário que permanece desafiador, com um processo desinflacionário mais lento do que o esperado e expectativas de inflação desancoradas”. O comitê afirma ainda que seguirá vigilante e manterá a taxa em território contracionista “por tempo suficientemente prolongado”, com o objetivo de assegurar a convergência da inflação à meta.

Expectativas para a inflação seguem acima da meta

O Copom destacou que as projeções de inflação no cenário de referência são de 3,8% para 2025 e 3,3% para 2026, ambas acima da meta central de 3,0%, reforçando a necessidade de manter a política monetária apertada. A autoridade monetária também voltou a alertar para o impacto do cenário fiscal nas expectativas de inflação, indicando que o nível de incerteza sobre a condução das contas públicas continua pressionando os prêmios de risco e dificultando a ancoragem das expectativas.

Boletim Focus já havia antecipado movimento

Na véspera da decisão, o Boletim Focus já havia mostrado uma revisão para baixo na projeção da Selic ao fim de 2025, de 15,00% para 14,75%, refletindo a incorporação da nova alta. As projeções para os anos seguintes foram mantidas:
▪️ Selic em 2026: 12,50%
▪️ Selic em 2027: 10,50%

Copom sinaliza cautela para as próximas decisões

Apesar de não oferecer indicação explícita sobre o próximo passo, o comitê afirmou que irá avaliar a estratégia de ajuste da taxa de juros “com a deterioração do balanço de riscos e com o maior hiato do produto”, sugerindo que eventuais mudanças dependerão da evolução do cenário inflacionário e das expectativas do mercado.

O Copom reforçou ainda que o controle da inflação requer paciência e perseverança e que o processo de desinflação tende a ser mais lento no atual contexto macroeconômico.