As gigantes da tecnologia Apple e Amazon divulgaram seus resultados trimestrais nesta quinta-feira (30) e apresentaram números acima das expectativas de Wall Street. Os resultados confirmam a força das duas companhias em meio ao cenário global de desaceleração do consumo, reforçando o papel da tecnologia e da inteligência artificial como motores de crescimento.
Enquanto a Amazon se destacou com o avanço expressivo da sua divisão de computação em nuvem (AWS) e publicidade digital, a Apple surpreendeu com o desempenho inicial do iPhone 17 e projeções otimistas para o fim do ano. As ações de ambas as empresas reagiram positivamente no after market, refletindo a confiança dos investidores no ritmo de expansão e na resiliência operacional das big techs.
Como a Amazon conseguiu acelerar o crescimento em meio à concorrência?
A Amazon (AMZN) reportou receita total de US$ 180,2 bilhões no terceiro trimestre de 2025, aumento de 13% em relação ao ano anterior e acima das estimativas de US$ 177,8 bilhões. O lucro por ação ajustado foi de US$ 1,95, superando o consenso de US$ 1,58. O principal destaque do período foi a divisão Amazon Web Services (AWS), que registrou receita de US$ 33 bilhões, avanço de 20% na comparação anual e o maior crescimento desde 2022.
O CEO, Andy Jassy, destacou que o desempenho da AWS reflete a forte demanda por infraestrutura de dados e soluções de inteligência artificial. “A AWS está crescendo em um ritmo que não víamos desde 2022. Continuamos a observar uma forte demanda por IA e infraestrutura essencial, e temos nos concentrado em acelerar a expansão da capacidade, adicionando mais de 3,8 gigawatts nos últimos 12 meses”, afirmou Jassy.
A operação na América do Norte gerou US$ 106,3 bilhões em receita, aumento de 11% na base anual, enquanto o segmento internacional somou US$ 40,9 bilhões, alta de 14%. Já o setor de publicidade digital, que tem se tornado um dos pilares de crescimento da companhia, alcançou US$ 15,7 bilhões. Para o quarto trimestre, a Amazon projeta receita entre US$ 206 bilhões e US$ 213 bilhões e lucro operacional entre US$ 21 bilhões e US$ 26 bilhões, demonstrando confiança em um fim de ano aquecido.
Para o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, os resultados da Amazon confirmam a consolidação da empresa como uma das principais vencedoras da nova fase da economia digital. Segundo ele, o desempenho da AWS e do segmento de publicidade mostra que a companhia conseguiu transformar suas áreas de maior margem em motores consistentes de crescimento. “A Amazon demonstra que o investimento em inteligência artificial e infraestrutura de nuvem não é apenas tendência, mas uma estratégia de longo prazo que reforça o seu posicionamento dominante”, destacou o analista.
O que impulsionou o desempenho da Apple com o lançamento do iPhone 17?
A Apple (AAPL) reportou receita de US$ 102,47 bilhões no quarto trimestre fiscal de 2025, alta de 7,9% em relação ao mesmo período do ano anterior e ligeiramente acima das projeções de US$ 102,24 bilhões. O lucro líquido atingiu US$ 27,46 bilhões, mais que o dobro dos US$ 14,29 bilhões de 2024, impulsionado pelo controle de custos e pela alta margem operacional. O lucro por ação ajustado ficou em US$ 1,85, superando as estimativas de US$ 1,77.
O grande destaque foi o aumento de 6% na receita do iPhone, que totalizou US$ 49,03 bilhões. O trimestre capturou pouco mais de uma semana de vendas do novo iPhone 17, lançado em 19 de setembro, e já mostrou forte demanda global. Tim Cook, CEO da companhia, destacou que o fluxo de clientes nas lojas “aumentou significativamente em relação ao ano passado” e que a Apple observou “entusiasmo em todo o mundo” com a nova geração do aparelho.
Além disso, Cook afirmou que a companhia registrou recorde de receita em serviços, setor que inclui assinaturas, iCloud e Apple Music, e projetou um quarto trimestre histórico. “Esperamos que o trimestre encerrado em dezembro seja o melhor da história da empresa. A receita total deve crescer entre 10% e 12%, e a do iPhone, em dois dígitos”, afirmou o executivo.
O estrategista da Avenue ressaltou que o sucesso inicial do iPhone 17 reforça a capacidade da empresa de gerar demanda mesmo em ciclos maduros de consumo. “A Apple entregou resultados sólidos e conseguiu reacender o entusiasmo do investidor com sua linha de produtos premium. O guidance otimista mostra confiança na tração das vendas e na expansão dos serviços, um componente essencial para manter margens elevadas”, avaliou William Castro Alves. Para o estrategista, a empresa segue como uma das histórias mais consistentes em rentabilidade e inovação no setor global de tecnologia.
Resultados indicam retomada de confiança nas big techs?
Os números das duas gigantes refletem um momento de retomada de confiança do mercado em empresas de tecnologia, após um ciclo de ajustes e desaceleração em 2024. A Amazon demonstrou que sua diversificação, especialmente com a AWS e a publicidad, mantém a rentabilidade em alta, enquanto a Apple volta a crescer com inovação de produto e base de usuários fiéis.
Para os investidores, o trimestre consolida a percepção de que as big techs continuam sendo um refúgio em tempos de incerteza global. Com guidance otimista e resultados acima das projeções, Apple e Amazon encerram o período como símbolos de estabilidade e capacidade de adaptação em um cenário cada vez mais competitivo e voltado à inteligência artificial.
 
			



 














