À medida que 2025 chega ao fim, as metas financeiras voltam ao centro da conversa, mas a maioria delas não passa de intenção. O tema foi destaque no Papo de Dinheiro, apresentado por Felipe Nascimento, que recebeu Geizebel Schieferdecker, educadora financeira e sócia da Fórum Investimentos, para explicar como transformar desejos em resultados reais ao longo de 2026.
Intenção não são metas financeiras
Segundo Geizebel, grande parte das frustrações financeiras nasce da falta de clareza:
“Se você não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve.”
Metas vagas como “quero economizar” ou “quero pagar dívidas” não geram ação. O primeiro passo é reservar um tempo, raro no dia a dia, para refletir sobre o que realmente importa no próximo ano.
Método SMART: especificar para realizar
Geizebel reforça que metas específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e com prazo aumentam significativamente as chances de realização. Em vez de “quero economizar mais”, estabelecer:
“Quero economizar R$ 24 mil em 12 meses, guardando R$ 2 mil por mês.”
Além disso, escrever a meta no papel, aumenta em cerca de 40% a probabilidade de cumprimento.
Comportamento vem antes do dinheiro
Para quem está começando, o foco precisa ser o hábito, não o valor.
“Guardar R$ 100 já mostra mudança de comportamento. O montante cresce depois.”
Ela lembra que muitas pessoas aumentam a renda, mas mantêm o padrão de gastos, e continuam sem poupar. O que precisa mudar é o comportamento, não necessariamente o salário. Outro ponto crítico: compras por impulso movidas pela ansiedade.
“Esses pequenos hábitos pesam no orçamento. É preciso substituí-los, não apenas se proibir.”
Três categorias de metas financeiras: clareza e prioridade
Geizebel divide suas metas financeiras em três grupos, um método simples para organizar prioridades:
- Aumentar receita: cursos, certificações, renda extra, novos projetos.
- Reduzir custos: quitar dívidas caras, ajustar cartão de crédito, rever gastos.
- Recompensas: viagens, compras, mas só depois de avançar nas duas anteriores.
Para ela, metas de recompensa só fazem sentido quando há progresso real, e não como justificativa para criar novas dívidas.
Revisão de 2025: olhar para trás sem culpa
O planejamento exige revisar números do ano anterior:
- quanto ganhou, gastou e investiu;
- onde estão as dívidas;
- quais decisões financeiras deram certo ou errado.
“O passado só vale se trouxer aprendizado. Culpa não ajuda.”
Imprevistos fazem parte: recalcular a rota
Se algo sair do planejado, a lógica é a mesma do aplicativo de navegação:
“É recalcular a rota. Às vezes o resultado não vem no prazo, mas se há clareza e plano de ação, ele chega.”
Para ter metas financeiras realmente cumpridas em 2026, Geizebel resume: clareza, método, hábito, constância e revisão. Metas não dependem de um grande salto, e sim de pequenos comportamentos repetidos com disciplina.
“O superpoder é fazer o básico todos os dias, na mesma direção.”













