O mercado de capitais brasileiro se prepara para uma mudança estrutural com a chegada do Regime FÁCIL da CVM, previsto para entrar em vigor em 2026. A nova regulamentação promete simplificar processos, reduzir burocracias e ampliar o acesso de pequenas e médias empresas, permitindo emissão de títulos de dívida, ofertas públicas e até a abertura de capital com menos custos e mais agilidade.

No BEE4 Summit, representantes de instituições financeiras, startups e empresários discutiram como esse novo ambiente pode transformar a realidade de milhares de PMEs brasileiras. O encontro reuniu especialistas para debater como o Regime FÁCIL deve ampliar as alternativas de financiamento para empresas de menor porte. A expectativa é que o mercado de acesso se torne uma porta mais previsível e eficiente para empresas estruturadas, mas ainda distantes das exigências do mercado tradicional. “Pra gente é muito gratificante poder apoiar nesse processo de democratização do acesso à capital via mercado de capitais, seja equity, agora entrando no regime fácil com dívida também, conseguindo acessar a dívida mais barato via mercado”, comentou Rodrigo Fiszman, cofundador e presidente do conselho da BEE4.
Pedro Malan: expansão do mercado de capitais é essencial
Presente no evento, o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan afirmou que o fortalecimento do mercado de capitais é crucial para o crescimento econômico sustentável. Segundo ele, aproximar investidores de pequenas e médias empresas pode destravar inovação, competitividade e geração de empregos. “Eu acho que a inteligência artificial e seu uso, a tecnologia da informação, a blockchain… vejo as novas gerações surgindo com competências crescentes nessa área. E eu acho que isso pode ter um efeito extraordinário sobre o nosso mercado de capitais e sobre o acesso”, destacou Malan.
A expectativa é que, com o Regime FÁCIL, o número de empresas aptas a emitir títulos de dívida, realizar ofertas públicas e abrir capital aumente significativamente. Segundo a BEE4, a procura de PMEs por informação e estruturação regulatória já vem crescendo antes mesmo da vigência oficial das novas regras.
Rota FÁCIL selecionará 10 PMEs para abrir capital
O evento também marcou a apresentação dos finalistas do Rota FÁCIL, programa que prepara pequenas e médias empresas para acessar o mercado de capitais com:
- Primeira auditoria contabil realizada por auditor independente.
- Assessoria jurídica para abertura de capital.
- 2 anos de isenção na escrituração da primeira operação
- Subsídio de custos das taxas de listagem: CVM e mercado BEE4.
Ao todo, 15 empresas participarão de um reality show em parceria com a BM&C News. Em cinco episódios, os jurados vão avaliar modelos de negócios, estratégia de crescimento e governança. Na fase final, 10 empresas serão escolhidas para abrir capital em 2026. As selecionadas receberão apoio completo: auditoria, assessoria jurídica e custeio das taxas de registro de listagem. “O programa vem com um leque de conteúdo que vai desde dicas, aprendizado e também incentivo ao empreendedorismo, que é o que mais falta no Brasil e a maior dificuldade que a gente tem hoje”, afirmou Luiz Méssici, CEO da BM&C News.
Rodrigo Fiszman reforçou a importância da parceria para transformar o acesso ao mercado de capitais: “A gente vai ter uma dinâmica de entender a realidade desses negócios, como eles cresceram até aqui, qual o plano para seguirem crescendo, de que forma, com quais estratégias e como o mercado de capitais pode apoiar essas empresas dentro desse plano de crescimento”.
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