Casos de golpes financeiros envolvendo idosos têm chamado a atenção das autoridades em diversas cidades brasileiras. Em Florianópolis, um episódio recente trouxe à tona estratégias utilizadas por criminosos para se aproximar de pessoas em situação de vulnerabilidade, explorando relações de confiança e, em alguns casos, simulando vínculos afetivos para obter vantagens indevidas.
De acordo com informações da Polícia Civil, um motorista de aplicativo foi indiciado por estelionato e falsidade ideológica após se aproximar de uma idosa de 84 anos, inicialmente contratado para realizar serviços de transporte. O suspeito, ao conquistar a confiança da vítima, teve acesso a informações pessoais e bancárias, resultando em prejuízo financeiro superior a R$ 100 mil por meio de transferências eletrônicas.
Como os golpes financeiros contra idosos acontecem?
O crime foi descoberto quando familiares da idosa notaram alterações em seus dados bancários, como telefone, e-mail e endereço vinculados à conta-corrente. O nome da filha da vítima, por exemplo, foi substituído pelo do motorista no cadastro do Sistema Único de Saúde (SUS). Essas mudanças levantaram suspeitas e motivaram a investigação policial, que revelou o envolvimento do suspeito em diversas movimentações financeiras suspeitas.
Além do acesso às contas bancárias, o motorista passou a frequentar a residência da idosa e a participar de sua rotina diária. Segundo relatos colhidos por profissionais de saúde, o comportamento do suspeito era controlador e visava isolar a vítima de seus familiares. A investigação também identificou que uma mulher próxima ao motorista recebeu parte das transferências realizadas via PIX, ampliando o alcance do golpe.
Quais são os sinais de alerta para golpes em idosos?
Existem alguns indícios que podem ajudar familiares e profissionais a identificar situações de risco envolvendo idosos. Entre os principais sinais de alerta estão:
- Mudanças repentinas em dados bancários, como telefone, e-mail ou endereço;
- Presença constante de pessoas recém-chegadas à rotina do idoso, especialmente sem histórico de relacionamento anterior;
- Isolamento social provocado por terceiros, dificultando o contato com familiares e amigos;
- Transferências financeiras atípicas ou saques não justificados;
- Alterações em documentos pessoais ou registros em órgãos públicos.
Ao identificar qualquer um desses sinais, é recomendável buscar orientação junto a órgãos de proteção ao idoso ou acionar a polícia para averiguação dos fatos.
Como proteger idosos de golpes financeiros?
A prevenção é fundamental para evitar que pessoas idosas sejam vítimas de fraudes e abusos financeiros. Algumas medidas podem ser adotadas por familiares e cuidadores para aumentar a segurança:
- Acompanhar regularmente as movimentações bancárias do idoso, verificando extratos e notificações;
- Manter diálogo aberto sobre segurança financeira e riscos de golpes;
- Orientar sobre a importância de não compartilhar senhas ou dados pessoais com terceiros;
- Ficar atento a novas amizades ou relacionamentos que surgem de forma repentina;
- Buscar auxílio de profissionais de saúde ou assistência social em caso de mudanças comportamentais.
Além disso, instituições financeiras e órgãos públicos têm investido em campanhas de conscientização para alertar sobre os principais tipos de golpes e as formas de proteção. O envolvimento de toda a rede de apoio é essencial para garantir o bem-estar e a segurança dos idosos.
Por que a atuação da família e dos profissionais de saúde é importante?
O acompanhamento próximo de familiares e profissionais de saúde pode ser decisivo para identificar situações de abuso ou exploração financeira. Em muitos casos, como o ocorrido em Florianópolis, a intervenção rápida permitiu interromper o golpe e proteger a vítima de maiores prejuízos. A colaboração entre diferentes setores da sociedade contribui para criar um ambiente mais seguro para pessoas idosas, reduzindo os riscos de fraudes e outros crimes.
Com o envelhecimento da população brasileira, a atenção à proteção dos idosos contra golpes financeiros torna-se cada vez mais relevante. O fortalecimento de políticas públicas, a conscientização da sociedade e o apoio das famílias são elementos-chave para enfrentar esse desafio e garantir os direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade.
