O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 2,4% em ritmo anualizado no quarto trimestre de 2024, segundo a terceira e última estimativa divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Bureau of Economic Analysis (BEA). O dado veio em linha com as expectativas do mercado e confirma a leve desaceleração da maior economia do mundo no final do ano passado.
A expansão registrada no último trimestre foi sustentada, principalmente, pelos gastos dos consumidores e do governo. Esses dois componentes compensaram, em parte, a retração nos investimentos, nas exportações e nas importações — esta última, embora negativa para a atividade econômica, é contabilizada como subtração no cálculo do PIB, ajudando o resultado final.
Apesar do desempenho positivo, o crescimento perdeu força em relação ao trimestre imediatamente anterior. Entre julho e setembro de 2024, o PIB americano havia avançado 3,1%. A desaceleração no 4T24 reflete os impactos da contração em setores-chave da economia, como investimento fixo e comércio exterior.
PIB americano cresceu 2,8% em 2024
No acumulado de 2024, a economia dos Estados Unidos teve um crescimento de 2,8%, ligeiramente abaixo do avanço de 2,9% registrado em 2023. A expansão foi puxada pelos mesmos pilares que sustentaram o último trimestre: consumo, investimento, gastos públicos e exportações. As importações, por sua vez, aumentaram no período, o que limita o crescimento do PIB na metodologia atual.
O dado reforça a resiliência da economia americana, mesmo em um contexto de juros altos e inflação persistente, que ainda impõem desafios à política monetária do Federal Reserve.
Opinião
Para Fabio Fares, especialista em análise macro, os dados do 4º trimestre confirmam a resiliência da economia americana, mas também reforçam a percepção de que o ciclo de crescimento mais forte está se esgotando.
“O consumo das famílias e os gastos públicos impulsionara o PIB, apesar da queda no investimento das empresas. Os dados indicam resiliência da economia, embora a inflação ainda esteja acima da meta de 2% do Fed.”, afirma.
Fares projeta um crescimento mais modesto em 2025, na casa de 1,5%, com o Federal Reserve mantendo o tom vigilante na política monetária.
