
A média de preço da gasolina nos postos de combustíveis do país avançou pela oitava semana seguida e permanece acima da marca de R$6 por litro. O etanol também sofreu com a alta dos preços e o óleo diesel apresentou leve recuo, de acordo com pesquisa divulgada na última sexta-feira (24) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Veja mais:
- AMER3 e LAME4: O que está acontecendo com os papéis da Americanas?
- De futebol a memes: Veja os NFTs mais curiosos que movimentaram milhões
O preço representa aumento de 8% desde o início da pandemia, em fevereiro do ano passado, pouco antes das cotações do petróleo e combustíveis apresentarem seus menores níveis.
O estudo apontou ainda que a cotação média do combustível nas bombas chegou a R$6,092 por litro na última semana. Anteriormente, o preço estava em R$6,076.
Desde o início de agosto a gasolina tem avançado constantemente. O combustível mais consumido no país, o óleo diesel, atingiu a cotação de R$4,707 por litro, ficando ligeiramente abaixo dos R$4,709 registrados na semana anterior à pesquisa.
Além disso, o etanol também registrou alta passando de R$4,704 para R$4,715. No período, a maior alta brasileira ocorre no Acre com gasolina sendo vendida a R$ 6 por litro.
Pouco depois da greve dos caminhoneiros, que aconteceu em maio de 2018, foi registrada a maior média, chegando a R$ 4,72 por litro. Os valores não consideram a correção pela inflação do período.
Confira os preços do diesel por estados:
ACRE
Média – R$ 5,53 / Máxima – R$ 6,01
TOCANTINS
Média – R$ 5,33 / Máxima – R$ 5,40
RIO DE JANEIRO
Média – R$ 5,27 / Máxima – R$ 5,80
CEARÁ
Média – R$ 5,14 / Máxima – R$ 5,34
DISTRITO FEDERAL
Média – R$ 5,11 / Máxima – R$ 5,30
ALAGOAS
Média – R$ 5,08 / Máxima – R$ 5,50
RIO GRANDE DO NORTE
Média – R$ 5,08 / Máxima – R$ 5,19
PIAUÍ
Média – R$ 5,08 / Máxima – R$ 5,22
BAHIA
Média – R$ 5,07 / Máxima – R$ 5,50
PARÁ
Média – R$ 5,06 / Máxima – R$ 5,61
MINAS GERAIS
Média – R$ 5,04 / Máxima – R$ 5,35
RIO GRANDE DO SUL
Média – R$ 5,03 / Máxima – R$ 5,95
MATO GROSSO DO SUL
Média – R$ 5,02 / Máxima – R$ 5,40
AMAZONAS
Média – R$ 5,00 / Máxima – R$ 5,30
SERGIPE
Média – R$ 4,99 / Máxima – R$ 5,25
ESPIRITO SANTO
Média – R$ 4,99 / Máxima – R$ 5,30
RONDÔNIA
Média – R$ 4,97 / Máxima – R$ 5,00
GOIÁS
Média – R$ 4,94 / Máxima – R$ 5,24
PARAÍBA
Média – R$ 4,94 / Máxima – R$ 5,18
MARANHÃO
Média – R$ 4,94 / Máxima – R$ 5,20
PERNAMBUCO
Média – R$ 4,90 / Máxima – R$ 5,00
MATO GROSSO
Média – R$ 4,85 / Máxima – R$ 5,00
SANTA CATARINA
Média – R$ 4,81 / Máxima – R$ 5,13
RORAIMA
Média – R$ 4,71 / Máxima – R$ 4,74
PARANÁ
Média – R$ 4,66 / Máxima – R$ 5,24
SÃO PAULO
Média – R$ 4,63 / Máxima – R$ 5,50
AMAPÁ
Média – R$ 4,24 / Máxima – R$ 4,46
Fonte: ANP
O que explica a disparada do preço dos combustíveis?
O motivo do salto de preços de combustíveis brasileiros records foi a recuperação rápida dos valores mundiais das commodities e desvalorização do dólar, que também disparou.
Além disso, o que contribuiu com os preços elevados dos combustíveis foi o aumento da demanda por conta dos avanços da imunização contra a Covid-19 e reabertura econômica.
A cotação do petróleo vem em uma sequência de forte alta desde o início do ano. O preço do barril do tipo Brent, referência internacional, passou de US$ 80 na última terça-feira pela primeira vez desde outubro de 2018.
O salto do álcool anidro é consequência dos efeitos climáticos adversos que têm se abatido sobre o país, como a falta de chuvas e as geadas de junho e julho que reduziram a produção das lavouras de cana-de-açúcar. Já o biodiesel tem como matéria-prima a soja, que também está com o preço mais alto.
Petrobras
Recentemente, a Petrobras anunciou um aumento de 10% na gasolina e 15% para o diesel. O aumento foi o estopim para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciasse, em uma live, o corte de impostos sobre o diesel e a troca do comando da estatal.
O corte de impostos pode reduzir o preço do diesel entre 8% e 10% por dois meses, mas deve custar mais de R$ 3 bilhões aos cofres públicos, buraco este que ainda não foi explicado pelo governo em como será tapado.
Em entrevista coletiva sobre o preço dos combustíveis e do GLP (gás de cozinha), na última segunda-feira (27), o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse que não há nenhuma mudança na política de preços dos combustíveis.
“Continuamos trabalhando da mesma forma, acompanhando a paridade internacional e o câmbio, analisando permanentemente para ver se as oscilações são conjunturais. Fazemos nossos acompanhamentos de preços”, disse.
Ainda segundo Silva e Luna, a Petrobras é responsável por uma parcela do preço dos combustíveis. No caso da gasolina, por exemplo, a empresa tem uma contribuição de R$ 2 por litro na bomba, “tudo que excede esse valor não é de responsabilidade da Petrobras”, completou na ocasião.