O Ibovespa registrou nesta quarta-feira (30) o quinto recorde consecutivo da semana, ao atingir nova máxima intraday de 149.234,04 pontos. O desempenho mantém o índice em trajetória de alta e reflete a combinação de fatores internos e externos que continuam impulsionando o apetite por risco entre os investidores.
O rali da semana começou na segunda-feira (27), quando o Ibovespa atingiu 147.976,99 pontos em máxima intraday, superando o recorde anterior. Na terça-feira (28), o índice registrou uma nova máxima de fechamento (147.428,90 pontos) e, na quarta (29), renovou novamente suas marcas, tanto de intraday (149.067,16 pontos) quanto de fechamento (148.632,93 pontos). Hoje (30), o movimento se repetiu, com o índice avançando para 149.234,04 pontos durante a tarde.
Com essa sequência, o Ibovespa acumula cinco recordes históricos na semana, feito que evidencia o otimismo crescente no mercado acionário brasileiro e o forte fluxo de capital estrangeiro.
O que motiva a alta de hoje
De acordo com Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora, há espaço para novas altas nos próximos dias. “Acredito que o Ibovespa deve, ao longo da semana, se tudo der certo, atingir o nível de 150 mil pontos”, afirma.
Segundo ele, o bom humor dos mercados nesta quarta-feira foi impulsionado pela reunião realizada na madrugada de hoje entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping. “Apesar de não ter nenhuma declaração oficial ainda, a reunião, por ter tido um bom andamento, já diminuiu os temores do mercado”, explica Mollo.
Outro fator de influência foi a deflação do IGP-M de outubro, que reforçou as expectativas de que o Banco Central possa antecipar o início de cortes na taxa Selic. “Isso acaba impactando na avaliação dos investidores de que o Banco Central Brasileiro comece a cortar juros ali perto de janeiro, talvez em dezembro”, diz o analista.
Powell, balanços e perspectivas
Por outro lado, Mollo observa que as declarações recentes do presidente do Federal Reserve, Jeremy Powell, trouxeram algum limite à euforia do mercado. “Um dos freios da alta que poderia estar bem maior hoje foi a declaração de Powell de que há um sentimento forte entre os dirigentes do Fed de que talvez seja a hora de pausar a queda dos juros”, comenta.
Entre os balanços corporativos, o analista destacou o desempenho misto do setor financeiro e de consumo. “O balanço do Bradesco foi uma surpresa negativa, com provisões maiores que o esperado, mas o da Ambev veio bom e ajudou as ações dessa área a subir”, afirmou.
Mercado mira os 150 mil pontos
Com o cenário externo favorável, indicadores de inflação mais benignos e resultados corporativos consistentes, o Ibovespa caminha para encerrar a semana em um dos patamares mais altos de sua história. “Acredito que o mercado deve continuar em alta nos próximos dias por esses motivos, especialmente os indicadores de inflação menores e a melhora no diálogo entre Trump e Xi Jinping”, conclui Mollo.
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