O mercado financeiro brasileiro encerrou esta segunda-feira (15) em alta, em um movimento marcado por menor volatilidade e foco crescente nas expectativas para a política monetária de 2026. O Ibovespa fechou em 162.481 pontos, com alta de 1,07%, mantendo o viés positivo observado nas últimas sessões e superando a marca dos 162 mil pontos ao longo do pregão.
Segundo Everton Dias, economista-chefe e sócio da Legado Investimentos, o desempenho da Bolsa reflete uma combinação de fatores domésticos, com destaque para o arrefecimento do ruído político e a leitura mais benigna dos dados de atividade. O PIB divulgado recentemente veio levemente abaixo das projeções, o que reforçou a percepção de que o ciclo de flexibilização monetária pode ganhar tração a partir do próximo ano.
Ibovespa antecipa corte na Selic
Na avaliação do economista, o Ibovespa já começa a antecipar um cenário de queda acumulada de cerca de 3 pontos percentuais na taxa de juros até o fim de 2026, levando a Selic para a região de 12%.
“Esse movimento já teve impacto relevante sobre os preços dos ativos ao longo de 2025 e tende a continuar influenciando positivamente a Bolsa brasileira nas próximas reuniões do Esse movimento já teve impacto relevante sobre os preços dos ativos ao longo de 2025 e tende a continuar influenciando positivamente a Bolsa brasileira nas próximas reuniões do Copom“, avalia Dias.
Com menor pressão inflacionária no horizonte e expectativas mais ancoradas para os juros, investidores seguem ajustando posições, favorecendo ações ligadas ao crescimento doméstico e setores mais sensíveis ao custo do capital. A leitura é de que, mesmo em um ambiente de menor liquidez típico do fim de ano, o mercado local ainda encontra espaço para movimentos adicionais de valorização.
Mercado americano opera com cautela à espera de dados de emprego
No exterior, o movimento foi mais contido. As bolsas americanas operaram com menor apetite ao risco, à espera da divulgação dos dados de emprego ao longo da semana. O início da última semana cheia do ano já começa a reduzir a liquidez global, o que se reflete em oscilações mais tímidas e menor volatilidade nos principais índices.
De acordo com Everton Dias, o mercado nos Estados Unidos também passa por um processo de rotação setorial. Após um forte desempenho das empresas de tecnologia ao longo do ano, impulsionado pelas expectativas de cortes de juros, parte dos investidores realiza lucros e busca ativos mais defensivos, com geração de caixa consistente e pagamento de dividendos.
Dados mais fracos relacionados ao desempenho de companhias do setor de tecnologia contribuíram para esse ajuste, reforçando a percepção de que o próximo movimento do mercado americano será mais seletivo, em contraste com o desempenho ainda robusto observado na Bolsa brasileira.













