A fusão entre Petz e Cobasi reacendeu o debate sobre a concentração no varejo pet, mas o CEO da Petz, Sérgio Zimerman, garante: “Não faz sentido dizer que haverá aumento de preços. A ideia é justamente o contrário — reduzir custos e, consequentemente, preços”.
Em entrevista concedida ao videocast DC News Talks, da Agência DC News, Zimerman rebateu as críticas da concorrente Petlove, que recorreu da aprovação do Cade, e defendeu que a operação tem foco em eficiência, escala e competitividade. “A Petlove diz que a fusão com a Cobasi vai aumentar preços. Não tem sentido. A ideia é oposta por uma questão óbvia: baixar custo e, por consequência, preço”, afirmou.
Aprovação e questionamentos
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão entre Petz S.A. e Cobasi S.A. sem restrições em 2 de junho de 2025. O movimento, porém, é contestado pela Petlove S.A., que argumenta que a concentração de mercado pode comprometer a concorrência e gerar impacto negativo aos consumidores.
Zimerman minimizou as críticas e destacou que a nova companhia combinada não representará concentração excessiva. “Seria o primeiro monopólio do mundo de dez por cento”, ironizou o executivo, ao afirmar que a participação conjunta ainda é pequena dentro do universo total do varejo pet brasileiro.
Eficiência e ganho de escala
O CEO explicou que a motivação central da fusão está ligada à busca por eficiência operacional e ganho de escala — pontos essenciais para competir com grandes plataformas digitais e marketplaces internacionais. “Fundir com a Cobasi será bom para o mercado como um todo. Vamos melhorar eficiência. O consumidor vai ganhar”, afirmou.
Segundo Zimerman, a integração das duas redes permitirá reduzir custos logísticos, aprimorar a cadeia de suprimentos e potencializar investimentos em tecnologia, o que deve gerar ganhos de produtividade. Ele reforçou que o ambiente competitivo continua intenso, o que impede aumentos artificiais de preço.
Desempenho e cenário econômico
Além de tratar da fusão, o executivo comentou o cenário macroeconômico brasileiro. “Nada justifica o Brasil ter 10% de juros reais, com a taxa Selic em 15%. Isso está asfixiando o varejo”, disse. Para ele, o custo elevado do crédito e a carga tributária impactam diretamente o desempenho das empresas do setor.
Mesmo com esse cenário, a Petz reportou lucro líquido de R$ 23,8 milhões no segundo trimestre de 2025, avanço de 2.820% frente ao mesmo período do ano anterior, impulsionado por ganhos de eficiência e expansão do canal digital, que já representa 42,5% da receita bruta.
O processo de fusão segue em análise final pelo tribunal do Cade, com decisão prevista até janeiro de 2026. Enquanto isso, Petz e Cobasi mantêm o plano de integração operacional e de unificação das estruturas administrativas.
Para Zimerman, o movimento não é apenas uma junção de duas marcas, mas uma estratégia para garantir sustentabilidade no longo prazo. “O mercado mudou, o consumidor mudou, e precisamos estar preparados para oferecer mais valor com menos custo”, concluiu o executivo.
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