As ações da Azul tiveram um dia de forte correção nesta sexta-feira (26), pressionadas pela reação dos investidores à elevada diluição acionária provocada por uma nova oferta de ações. Os papéis, agora negociados sob o código AZUL54, chegaram a recuar aproximadamente 34% ao longo do pregão.
O movimento reflete a leitura do mercado de que a operação, apesar de reforçar o caixa da companhia, impõe um impacto relevante sobre os atuais acionistas.
Oferta bilionária amplia base acionária
A companhia anunciou uma oferta que prevê a emissão de centenas de bilhões de novas ações ordinárias e preferenciais, com potencial de captação em torno de R$ 7,4 bilhões. A operação amplia de forma significativa o número de ações em circulação, resultando em forte diluição.
Os recursos devem ser utilizados para reforço de liquidez e avanço no processo de reestruturação financeira da empresa, em um contexto ainda desafiador para o setor aéreo.
Mudança de ticker gera confusão no mercado
Além da diluição, a sessão também foi marcada pela mudança operacional no código de negociação. As ações deixaram de ser negociadas como AZUL4 e passaram a operar como AZUL54, em lotes padrão de 10 mil ações.
Com isso, o preço exibido na tela representa o valor do lote, e não o preço unitário do papel. Para encontrar o valor de cada ação, é necessário dividir a cotação por 10 mil.
Volatilidade aumenta no pregão
A combinação entre a mudança operacional e a forte diluição elevou a volatilidade dos papéis ao longo do dia. Apesar de a oferta melhorar a posição de caixa da companhia no curto prazo, o mercado reagiu de forma negativa diante do impacto direto sobre a participação dos acionistas atuais.
Analistas avaliam que o desempenho das ações seguirá sensível a novos desdobramentos da reestruturação financeira e à capacidade da empresa de converter o reforço de capital em recuperação operacional consistente.

