O mercado financeiro dos Estados Unidos é referência global por sua estrutura, liquidez e inovação. Mas o que o diferencia de outros mercados? Saiba como ele se tornou o maior do mundo e por que investidores brasileiros têm muito a aprender com essa cultura de investimentos.
“O mercado financeiro americano representa mais de 60% dos investimentos globais, destacando-se pela diversidade, liquidez e regulamentação equilibrada”, afirmou Bruno Corano, CEO da Corano Capital, durante entrevista ao Mercado & Beyond. Ele ressaltou que a predominância de ativos denominados em dólar e a flexibilidade regulatória oferecem aos investidores uma combinação única de proteção e oportunidades.
Enquanto os Estados Unidos concentram um ecossistema robusto de produtos financeiros, incluindo ETFs e fundos hedge, o mercado brasileiro, segundo Corano, ainda enfrenta desafios relacionados à acessibilidade e à alta dependência de produtos de renda fixa como CDBs.
A cultura de investimento: Brasil versus EUA
Corano comparou a experiência dos investidores dos dois países: “Nos Estados Unidos, a cultura de investir é passada de geração para geração. É comum jovens começarem seus planos de aposentadoria antes dos 25 anos”.
Já no Brasil, ele destacou a história de limitações econômicas: “Há poucas décadas, as opções de investimento no Brasil eram basicamente poupança, ouro ou imóveis. Só nos últimos 10 anos vimos a popularização de produtos mais diversificados”.
Essa diferença cultural reflete-se em como os investidores reagem a crises. “Enquanto o americano entende o ciclo de mercado e encara quedas como oportunidades, muitos brasileiros ainda têm dificuldade em tolerar volatilidade”, explicou.
ETFs: o instrumento ideal para diversificação de carteira
Os Exchange-Traded Funds (ETFs) foram apontados como os instrumentos mais dinâmicos e acessíveis do mercado americano. “Todos os meus clientes possuem ETFs em suas carteiras. Eles oferecem custos baixos, liquidez e eficiência na diversificação”, afirmou Corano.
No entanto, ele destacou a importância de entender o perfil de investidor antes de adotar qualquer estratégia: “Descobrir o perfil na prática, muitas vezes na adversidade, é um desafio para investidores brasileiros”.
Acesso global e a importância do mercado financeiro americano
Hoje, abrir uma conta em corretoras internacionais é um processo simples e acessível. “Em poucos minutos, qualquer pessoa pode criar uma conta, transferir recursos e começar a investir”, disse Corano. Contudo, ele alertou sobre os custos envolvidos: “Muitas instituições cobram spreads elevados no câmbio, prejudicando investidores menos informados”.
Ele concluiu com um ponto reflexivo: “Planejar investimentos de longo prazo e entender a dinâmica dos mercados é essencial para evitar frustrações e perdas significativas”.
