De acordo com a corretora Guide Investimentos, uma aposta segura para realizar boas aquisições em 2024 seriam os títulos indexados à inflação e títulos prefixados. Estes se mostram como opções beneficentes pelo corte de juros promulgado no Brasil e pelo fim do recrudescimento de juros ocorridos em economias desenvolvidas, mais notadamente nos Estados Unidos.
A expectativa da empresa é de que os títulos citados continuem demonstrando um excelente desempenho e superando o indicador CDI no próximo ano. A Guide postula uma clara predileção pelos títulos de maior duração, por se mostrarem mais sensíveis à evolução das taxas de juros.
Opinião da corretora sobre títulos públicos e privados

Enquanto os títulos públicos continuam sendo uma possibilidade atrativa para os investidores, a Guide enxerga uma oportunidade maior nos papéis de crédito privado. Estes incluem debêntures e certificados de recebíveis imobiliários e agrícolas (CRIs e CRAs). Na percepção da corretora, essas opções ainda oferecem taxas mais elevadas comparadas aos títulos públicos. A razão para isso seriam os prêmios elevados exigidos pelos investidores, residual do período de turbulência nos mercados de crédito no começo do ano.
Quais são as projeções futuras para a Selic?
“Diante do panorama dos juros futuros, presenciamos uma considerável queda dos juros desde o início do ciclo de corte da Selic. Todavia, avaliamos que o prêmio continua expressivo, tornando a renda fixa muito atrativa”, afirma a Guide no relatório. A corretora ainda prevê que a Selic chegará a 8,75% no final de 2024, com uma taxa de 7,50% no final do ciclo de queda de juros em meados de 2025.
Quais os riscos identificados pela Guide?
Porém, a corretora faz questão de salientar possíveis riscos. Um deles é o da economia se retrair de maneira significativa, acarretando em dificuldades para as empresas quitarem suas dívidas. Outro risco reside no cenário macroeconômico delineado. Se a inflação global voltar a acelerar ou persistir, resultando em uma situação onde o Federal Reserve (o banco central dos EUA) decida não cortar os juros em 2024, ou até mesmo se o Banco Central do Brasil precisar interromper o ciclo de corte de juros mais cedo, a tese se torna comprometida.
Nesse contexto, a corretora destaca a relevância dos títulos indexados à Selic ou ao CDI como uma proteção interessante. No entanto, é importante ressaltar que, mesmo nesse cenário mais cauteloso, a Guide acredita que uma recessão nos EUA, que poderia afetar negativamente a atividade econômica global, é improvável. Se acontecesse, a renda variável seria a mais prejudicada, mas a renda fixa se beneficiaria. “Isso porque, caso uma recessão ocorra, o mercado tenderá a antecipar um movimento de corte mais acentuado das taxas de juros em todo o globo, o que contribuiria também para a redução dos juros futuros no Brasil, principalmente na ponta longa, que são o foco da nossa recomendação”, conclui a Guide.