A Taurus (TASA4) registrou lucro líquido de R$ 166,4 milhões no 3T21, o que representa uma alta de 62,8% ante o mesmo período do ano passado. Em entrevista exclusiva à BM&C nesta quarta-feira (10), Salesio Nuhs, CEO Global da companhia e Sergio Sgrillo, CFO e DRI (Diretor de RI), falaram que os dividendos podem ser pagos já no próximo balanço.
Sgrillo explica que é preciso primeiro entender o movimento de redução de capital, que é a porta de entrada para o pagamento.
“Estruturalmente, a empresa está pronta para pagar dividendos. A empresa gera caixa, mesmo pagando os endividamentos ainda sobraria dinheiro para pagar os dividendos tranquilamente. Estávamos com uma estrutura preparada para isso, tivemos a questão do prejuízo acumulado, que são anteriores a 2015”, diz o CFO.
Sergio diz que ela é uma ‘herança’ que faz parte da empresa e que precisaram encontrar uma maneira de reverter a situação. “No final de 2020 conseguimos zerar o patrimônio líquido, que estava negativo, e agora estamos vendo uma meneira de acelerar o pagamento de dividendos. Já temos capacidade de pagá-los a partir do próximo balanço.”
O CFO complementa dizendo que em um ano como este “seria razoável dizer que distribuiríamos R$ 300, R$ 400 milhões de dividendos”. No entanto, Sgrillo ressalta que essa não é uma decisão da administração e sim dos acionistas.
“A gente está gerando muito caixa e trazendo resultados robustos. Se tudo correr bem, ano que vem podemos pagar dividendos relativos a 2021. Mas, novamente, isso está na mão dos acionistas”, diz Sgrillo.
OS RESULTADOS
A produção de armas da Taurus atingiu 615 mil unidades no 3T21, mais uma vez quebrando a marca histórica da companhia. A produção acumulada nos nove primeiros meses do ano totalizou 1,7 milhão de armas, volume 53,7% superior ao realizado nos 9M20.
Para o CEO Salesio Nuhs, todo o balanço é resultado de uma estrutura que compõe a companhia. “O que está por trás destes números é um processo robusto, centro de tecnologia ativo e competente, além da alta produtividade. O resultado está aí. A gente busca sempre agregar valor ao consumidor”, afirma ele.
O Ebitda, que mede o resultado operacional, somou R$ 294 milhões, uma alta de 88,2%. A margem Ebitda subiu 10,6 pontos percentuais e foi para 41%. Ao ser questionado se essa margem pode ser mantida, Salesio Nuhs enfatiza que ela é mais alta que a margem bruta dos concorrentes.
“Esta questão está equilibrada. A companhia está sempre ligada a ao mercado, não só ao mercado consumidor, mas o mercado financeiro e político. Em julho, quando identificamos que o dólar poderia ficar próximos aos R$5,00, tomamos a decisão de registrar nossos preços em dólar nos EUA. Isso foi o que a nossa inteligência de mercado possibilitou”, explica.
Para o CFO Sergio Sgrillo, não há nada que mude o cenário atual da companhia. “Estamos tentando aumentar a produção mais ainda, e conseguindo dar o salto do 2T21 que surpreendeu todo mundo”, afirma
Confira a entrevista:
