O mercado europeu de suplementos alimentares vive uma fase de expansão acelerada. Segundo dados da Fortune Business Insights, o setor deve saltar de € 24,7 bilhões em 2025 para € 46,6 bilhões em 2032, impulsionado pelo envelhecimento da população, pela busca por longevidade e pela crescente preocupação com saúde preventiva. No Brasil, o movimento também é consistente: o segmento deve atingir R$ 9 bilhões até 2028, de acordo com a consultoria Euromonitor.
Nesse cenário, empresas brasileiras do setor de nutrição e bem-estar começam a se expandir internacionalmente e disputar espaço em um dos mercados mais competitivos do mundo. O avanço acontece principalmente em países da Península Ibérica, que têm sido a porta de entrada natural para marcas nacionais interessadas em alcançar o público europeu.
A alta demanda por produtos voltados à performance esportiva, controle de peso e prevenção de doenças crônicas tem impulsionado as vendas em toda a Europa. O envelhecimento populacional em países como Alemanha, Espanha e Portugal ampliou o consumo de vitaminas, colágeno, ômega 3 e outros compostos que prometem prolongar a vitalidade.

Entre as companhias que apostam nessa tendência está a Vitafor Nutrientes, que há 20 anos atua no Brasil e recentemente iniciou sua operação europeia, com base em Portugal. A empresa acaba de realizar o 1º Congresso Internacional Vitafor Science no Casino Estoril, reunindo mais de 700 profissionais da saúde de 12 países para debater avanços na suplementação e novas abordagens clínicas.
Para Débora Dutra, diretora de marketing da Vitafor, o crescimento europeu ainda está em fase de consolidação. “Ainda há muito espaço para crescer, especialmente porque o conceito de suplementação como parte da rotina de saúde está em amadurecimento na Europa”, afirmou. Ela destaca que Portugal se tornou um ponto estratégico de conexão entre a América Latina e o continente europeu, permitindo ampliar o diálogo com médicos e nutricionistas locais.
Outras marcas brasileiras também vêm ampliando presença no exterior, aproveitando a credibilidade científica e a diversificação do portfólio de produtos. Empresas como Nutrify, Equaliv e Probiótica, por exemplo, têm apostado em linhas voltadas à performance esportiva e à recuperação metabólica, com foco em qualidade e rastreabilidade dos ingredientes.
De exportadores de commodities a exportadores de conhecimento
Para analistas do setor, a internacionalização das empresas brasileiras de suplementação reflete um novo momento da indústria nacional, que deixa de ser apenas fornecedora de matérias-primas para competir em inovação e ciência aplicada à saúde. A expansão para mercados como o europeu mostra que o Brasil vem se consolidando como um hub emergente de nutrição funcional na América Latina.
Segundo dados da ABIFISA (Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Alimentares e Alimentos para Fins Especiais), o país tem registrado aumento constante nas exportações de produtos com base nutricional, impulsionado pela busca global por soluções naturais e sustentáveis. O segmento vem atraindo investimentos em pesquisa, tecnologia e biotecnologia aplicada, o que reforça o potencial competitivo das marcas nacionais.
Perspectivas e oportunidades
Com o mercado europeu projetado para quase dobrar até 2032, a expectativa é de que o número de empresas brasileiras buscando certificações internacionais e parcerias com distribuidores locais cresça nos próximos anos. A tendência é que a suplementação avance para formatos mais personalizados, alinhados a dados genéticos, microbiota e performance cognitiva — áreas em que o Brasil tem produzido estudos relevantes.
“Portugal é uma porta de entrada natural, mas o objetivo é ampliar o diálogo científico com profissionais de saúde de toda a Europa”, conclui Débora Dutra. A estratégia reforça o papel das empresas brasileiras como agentes de disseminação de conhecimento e inovação em um setor que já movimenta bilhões de euros e segue em franca expansão.
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