O Itaú Unibanco apresentou mais um trimestre de resultados consistentes, registrando lucro líquido recorrente de R$ 11,9 bilhões no terceiro trimestre de 2025, em linha com as expectativas de mercado. O resultado representa alta de 3,2% em relação ao trimestre anterior e de 11,3% na comparação anual, consolidando o banco como referência em rentabilidade e eficiência entre os grandes players do sistema financeiro.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) permaneceu elevado em 23,3%, reforçando o perfil de alta rentabilidade e solidez do Itaú. Com um excesso de capital de R$ 21 bilhões, o banco mantém espaço para dividendos extraordinários e novas recompras de ações. Além disso, a instituição revisou positivamente seu guidance para 2025, projetando uma expansão mais robusta da margem financeira com o mercado, reflexo do bom desempenho no primeiro semestre do ano.
O que dizem as casas sobre os resultados do Itaú
Para a Genial Investimentos, os números reforçam a tendência positiva de rentabilidade e eficiência operacional que o Itaú vem entregando desde o início do ciclo de alta de juros. A casa destacou que o banco segue como “a principal escolha do setor”, sustentado por margens robustas, controle de risco e alocação eficiente de capital. A Genial reiterou recomendação de compra para ITUB4, com preço-alvo de R$ 46,80, o que representa um potencial de valorização de 17,1%.
O BTG Pactual também manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 46. O banco de investimentos ressaltou que o Itaú apresentou lucro ligeiramente acima das projeções e que o balanço segue bem provisionado, mesmo em um cenário de inadimplência estável. Para os analistas do BTG, o resultado reforça a capacidade do banco de sustentar crescimento de lucro por ação entre 10% e 15% ao ano, enquanto melhora sua eficiência por meio de investimentos em tecnologia e otimização de custos.
Já a equipe do Safra adotou uma leitura mais neutra, afirmando que o desempenho do Itaú foi em grande parte esperado, com espaço para críticas pontuais em relação à margem de intermediação financeira (NIM) e às despesas operacionais. Ainda assim, o banco destacou o crescimento expressivo de 34% nas receitas do banco de investimento, impulsionado por emissões e distribuições de renda fixa, e o fortalecimento do índice de capital (CET1) em 13,5%, base sólida para dividendos e carry trade.
Quais os principais destaques operacionais do Itaú
De acordo com a MSX Invest, o Itaú reforçou sua liderança ao apresentar resultados equilibrados entre os segmentos de varejo, atacado e América Latina. O ROE ajustado atingiu 24,6%, e o banco encerrou o trimestre com buyback de R$ 1,9 bilhão executado, de um total de R$ 3 bilhões autorizados. O banco de atacado (Wholesale Banking) teve crescimento de 34% na receita de banco de investimento, enquanto o varejo manteve ROE de 26%, sustentado pelo crédito consignado privado e imobiliário. Na América Latina, o retorno ficou em 15,5%, dentro das expectativas.
O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, destacou que a receita com produto bancário atingiu R$ 46,57 bilhões, alta de 9,1% na base anual. Para ele, o resultado reflete a diversificação das fontes de receita e o controle de risco em um momento de crescimento moderado do crédito. “O Itaú mantém uma carteira de crédito equilibrada, com avanço em segmentos de alta renda e empresas de médio porte, enquanto a inadimplência segue estável, o que é positivo diante do cenário de juros elevados”, avaliou.
O que esperar para o Itaú em 2026
Segundo as projeções da Genial, o banco deve encerrar 2025 com expansão anual de 13,6% no lucro, impulsionado por margens resilientes e pela monetização do Super App One Itaú. A MSX projeta lucro líquido próximo a R$ 47,2 bilhões no ano, com rentabilidade sustentada acima de 23%. O BTG também vê espaço para ganhos de eficiência nos próximos trimestres, com a migração dos sistemas do banco para a nuvem e a redução do cost-to-income do varejo em cerca de 10%.
Nesse sentido, as avaliações convergem quanto à solidez financeira e à execução previsível do Itaú. Mesmo com críticas pontuais ao NIM e às despesas operacionais, o banco segue se destacando pela capacidade de gerar resultados consistentes e previsíveis, sustentando um dos melhores perfis de risco-retorno do setor financeiro brasileiro. O consenso entre as casas é que o Itaú continuará entregando crescimento sustentável e ampliando valor aos acionistas.