A Pipefy, plataforma brasileira de automação de processos, vem ganhando destaque internacional não apenas por seu produto inovador, mas pela estratégia de valorização da mão de obra nacional. Com sede em Curitiba e presença nos Estados Unidos, a empresa já conta com mais de 400 colaboradores – sendo 90% brasileiros.
“Hoje 90% dos nossos colaboradores são brasileiros e a gente tem muito orgulho disso”, afirmou o CFO da companhia, André Agra, em entrevista ao programa Business, da BM&C News. Segundo ele, o objetivo sempre foi construir uma empresa global com base no talento e na inteligência técnica nacional. Assista ao programa na íntegra aqui.
Fundada em 2015, a Pipefy nasceu com uma proposta clara: simplificar a automação de processos nas empresas sem depender exclusivamente de áreas de tecnologia. Com foco em soluções no-code e low-code, a plataforma é utilizada hoje por companhias como IBM, Itaú, Volvo e Visa, além de atender grandes empresas globais de outsourcing.
Formação brasileira com foco em treinamento
Um dos pilares da Pipefy é um programa de formação interna voltado para o desenvolvimento de jovens profissionais nas áreas de tecnologia e vendas. “Se eu vou buscar um engenheiro nos Estados Unidos, esse engenheiro tem que treinar cinco brasileiros aqui”, explicou Agra. A proposta é formar talentos locais com apoio de profissionais experientes que atuam globalmente.
Além do time técnico sediado no Brasil, a empresa mantém escritórios em São Paulo e São Francisco (EUA), sendo que a matriz jurídica da companhia está registrada nos Estados Unidos – estratégia que permite à Pipefy faturar em dólar enquanto mantém boa parte dos custos em reais. “Isso cria um hedge natural para a operação”, explicou.
Desafios e reconhecimento internacional
Apesar de competir com gigantes americanas, a empresa brasileira já conquistou 20% a 25% de sua receita no mercado dos EUA e figura em rankings internacionais como o Inc. 5000, que reconhece empresas de alto crescimento. Para os próximos anos, o plano é aumentar esse percentual para 40% da receita total e, futuramente, abrir capital na bolsa americana.
Agra destacou ainda o impacto da nacionalidade na percepção do mercado internacional. “Nos Estados Unidos, quando a gente entra em uma concorrência com empresas locais, o nosso produto precisa ser muito melhor”, afirmou. Mesmo assim, a Pipefy tem conseguido avançar com grandes contratos, inclusive com gigantes como Accenture.
A empresa já recebeu mais de US$ 150 milhões em aportes de investidores, incluindo o fundo japonês SoftBank. Segundo Agra, a Pipefy é vista por investidores como um exemplo de resiliência e qualidade. “Eles falam: ‘vocês são os brasileiros, gente boa para caramba, mas quando vão ver, estão ganhando de empresas bilionárias’”, disse.
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