No cenário econômico atual, a expectativa de um dólar mais fraco reacendeu o debate sobre o papel das exportadoras na carteira dos investidores. Max Bohm, estrategista da Nomos, avalia que o maior fluxo de carry trade deve intensificar a entrada de capital estrangeiro, o que tende a manter a moeda “próxima de R$ 5”, segundo ele.
Esse movimento reduz a atratividade de companhias altamente sensíveis à variação cambial e levanta uma questão central, ainda faz sentido apostar nas exportadoras em um ambiente de real mais forte?
As exportadoras fazem sentido na carteira atualmente?
Segundo Max, a exposição ao setor exportador deve ser feita de maneira seletiva. “Exportadoras ainda fazem sentido na carteira, mas com cuidados”, destaca. As empresas que Max cita como exceções, levando em consideração o valor de mercado e o momento das commodities, são a Aura Minerals e a PRIO. Essa escolha não se baseia apenas na expectativa da moeda, mas sim numa combinação de fatores fundamentais.
Como o dólar afeta os investimentos?
“Um dólar mais baixo pode parecer positivo a princípio, mas isso impacta de forma diferente as empresas exportadoras dependendo da sua composição de custos e receitas”, explica Max. Isso significa que, enquanto algumas empresas podem ver uma redução de margem em suas operações de exportação, outras podem se beneficiar de custos mais baixos para insumos importados.
No entanto, é importante considerar a sazonalidade e a dinâmica de mercado das commodities. Por exemplo, as perspectivas para alguns setores podem melhorar independentemente da oscilação da moeda. Neste sentido, a Aura Minerals, focada em minerais não ferrosos, e a PRIO, operadora do setor de petróleo, apresentam fundamentos sólidos que suportam sua inclusão em uma carteira diversificada.
Quais são os riscos inerentes?
Ao considerar a exposição a exportadoras, é crucial avaliar não apenas os ganhos potenciais, mas também os riscos associados. Uma alteração nas políticas fiscais e monetárias, por exemplo, poderia afetar significativamente o mercado financeiro. Max enfatiza que um aumento na taxa de juros pode levar a um endurecimento nas condições de crédito, reduzindo o apetite por riscos, e, consequentemente, impactar negativamente as ações de empresas exportadoras.
Nesse cenário, a análise minuciosa da política fiscal e das taxas de juros, assim como os fundamentos de cada empresa, são essenciais. Um investidor cauteloso deve estar preparado para ajustar sua estratégia conforme as mudanças do mercado.
Em resumo, a estratégia de investimento em exportadoras requer uma abordagem cuidadosa e bem-informada. As exceções como Aura Minerals e PRIO ilustram que é possível encontrar oportunidades mesmo em um cenário desafiador. Entretanto, a diversificação e o acompanhamento constante do mercado são fundamentais para mitigar riscos.















