A taxa de desocupação do trimestre móvel encerrado em setembro de 2025 caiu para 5,6%, repetindo a menor taxa da série histórica que teve início em 2012, segundo a PNAD. Frente ao trimestre móvel de abril a junho (5,8%), a taxa recuou 0,2 ponto percentual (p.p.). Comparada ao trimestre encerrado em setembro de 2024 (6,4%), o indicador caiu 0,8 p.p. A massa de rendimento médio real bateu novo recorde, chegando a R$ 354,6 bilhões com estabilidade no trimestre e alta de 5,5% (mais R$ 18,5 bilhões) no ano. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (31/10) pelo IBGE.
No trimestre, a população desocupada caiu para seu menor contingente desde o início da pesquisa, em 2012: 6,045 milhões, recuando nas duas comparações: -3,3% (menos 209 mil pessoas) no trimestre e -11,8% (menos 809 mil pessoas) no ano. O total de trabalhadores do país fiou estável, em 102,4 milhões, ainda em patamar recorde, enquanto o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) ficou em 58,7%. Já o número de empregados com carteira assinada renovou seu recorde, chegando a 39,229 milhões.
O economista Maykon Douglas, destaca que nos últimos meses, as leituras da PNAD eram precisamente boas em todas as principais métricas. “As coisas começam a mudar, mas o resultado de setembro foi melhor que o de agosto, embora favorecido pela queda na taxa de participação“, destaca o especialista.
Já para Leonardo Costa, economista do ASA, o movimento reflete a perda de fôlego do mercado de trabalho na margem, ainda que o nível siga historicamente baixo. “A PNAD de setembro teve resultado mais fraco na margem, com nova queda da população ocupada na margem e elevação da taxa de desemprego” destacou. O economista projeta uma desaceleração gradual da atividade doméstica. “Diferente do Caged, a PNAD tem registrado menos volatilidade e bastante moderação na desaceleração“, pontuou.
Subocupação recua em setembro, mostra PNAD
A taxa composta de subutilização caiu para 13,9%, a menor da série histórica da Pnad Contínua. Os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas recuaram para 4,535 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em abril de 2016.
A força de trabalho potencial recuou para 5,2 milhões, menor número desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015. Durante a pandemia, no trimestre de maio a julho de 2020, esse indicador havia chegado ao seu auge: 13,8 milhões. Já a população desalentada caiu para 2,637 milhões, depois de ter atingido seu maior valor (5,829 milhões) no trimestre de janeiro a março de 2021.
Já o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi recorde, ficando estatisticamente estável no trimestre e crescendo 4,0% no ano. Na comparação trimestral, apenas uma categoria de ocupação teve aumento no rendimento: Alojamento e alimentação (5,5%, ou mais R$ 122), com estabilidade nas demais.
Frente ao trimestre de julho a setembro de 2024, houve aumento em cinco categorias:
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (6,5%, ou mais R$ 134);
- Construção (5,5%, ou mais R$ 145);
- Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,9%, ou mais R$ 184);
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,3%, ou mais R$ 199);
- Serviços domésticos (6,2%, ou mais R$ 79).
- Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
Trabalhadores com carteira renova recorde
No trimestre encerrado em setembro, a taxa de informalidade foi de 37,8% da população ocupada, ou o equivalente a 38,7 milhões de trabalhadores informais, repetindo os 37,8 % do trimestre móvel anterior. No entanto, esta taxa ficou abaixo dos 38,8% (ou 39,2 milhões de trabalhadores informais) do trimestre encerrado em setembro de 2024.
O número de empregados do setor privado com carteira de trabalho assinada renovou seu recorde, chegando aos 39,229 milhões e mostrando estabilidade no trimestre. Na comparação anual, esse contingente cresceu 2,7% (mais 1,0 milhão de pessoas). Já o número de empregados no setor público (12,8 milhões) ficou estável no trimestre e subiu 2,4% (mais 299 mil pessoas) no ano. Pelo lado da informalidade, o número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) ficou estável no trimestre e recuou 4,0% (menos 569 mil pessoas) no ano. Já o número de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) também ficou estável no trimestre e cresceu 4,1% (mais 1 milhão) no ano.
Dados mostram perda de tração
O emprego formal continua com uma boa composição, com uma alta anual de 3% no contingente de trabalhadores formais, e a massa salarial voltou à máxima histórica. “Os salários seguem com uma alta anual pouco acima de 3% ao longo deste ano“, avalia Douglas. Para o economista, é nítido que a geração de postos de trabalho começa a perder tração.
“Isso também pode ser notado no Caged, divulgado ontem, que, embora acima do esperado, mostrou uma leve queda na média móvel de três meses com ajuste sazonal, de 86 mil para 82 mil“. Porém, o economista destaca que o mercado de trabalho permanece apertado e com lenta acomodação. O economista projeta que a taxa de desemprego encerrará o ano em 5,5%, com ajuste sazonal.
*Com informações da Agência Gov
 
			



 














