Capaz de superar os 600 km/h, o SCMaglev japonês é o trem mais rápido do mundo, uma maravilha da engenharia que flutua sobre os trilhos graças a ímãs supercondutores. Essa tecnologia promete revolucionar o transporte de alta velocidade.
Como o trem mais rápido do mundo consegue levitar a 10 cm dos trilhos?
O segredo está no coração do trem: ímãs supercondutores. Resfriados a -268°C com hélio líquido, eles perdem toda a resistência elétrica, permitindo que correntes gigantescas criem campos magnéticos ultrapoderosos sem perda de energia, um fenômeno da física quântica.
Quando o trem se move, esses ímãs induzem uma corrente elétrica nas bobinas em formato de “8” na guia. Essa corrente gera um campo magnético oposto que empurra o trem para cima, fazendo-o levitar a cerca de 10 cm do chão. O mais incrível é que esse sistema de levitação não precisa de energia externa.
Componentes chave da tecnologia SCMaglev a seguir:
Ímãs supercondutores de nióbio-titânio.
Sistema de resfriamento criogênico (hélio e nitrogênio líquido).
Bobinas de levitação e orientação na guia.
Bobinas de propulsão nas paredes laterais.
Qual a engenharia por trás da propulsão e da estabilidade?
A propulsão é gerada por bobinas nas paredes laterais da guia, que são alimentadas com corrente alternada. Isso cria uma “onda” magnética que empurra e puxa os ímãs do trem, impulsionando-o para frente com uma força invisível. A velocidade é controlada simplesmente ajustando a frequência dessa corrente.
A estabilidade lateral, que impede o trem de tocar nas paredes, é genial. As bobinas de ambos os lados da guia são interconectadas. Se o trem se desvia, a diferença de corrente gera uma força corretiva que o empurra de volta para o centro, mantendo-o perfeitamente alinhado. Projetos de alta velocidade no Brasil são regulados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Leia também: A verdade por trás dos preços absurdos: entenda por que a comida no aeroporto custa tão caro
Como o trem funciona na prática, sem tocar nos trilhos?
O SCMaglev não levita quando está parado. Ele começa a se mover sobre rodas de borracha retráteis. Apenas quando atinge uma velocidade crítica (cerca de 150 km/h), a força magnética se torna forte o suficiente para sustentá-lo, e as rodas se retraem.

Como não há contato físico, a energia para os sistemas internos, como ar-condicionado e a refrigeração dos ímãs, é transferida por indução magnética, sem a necessidade de fios. É uma solução elegante para um problema complexo.
Passos operacionais do SCMaglev a seguir:
Aceleração inicial sobre rodas.
Ativação da levitação magnética em velocidade crítica.
Retração das rodas para voo sem contato.
Frenagem e pouso sobre as rodas na estação.
É seguro viajar a 600 km/h dentro de um campo magnético?
Sim, a segurança dos passageiros é uma prioridade máxima no projeto. O trem é equipado com blindagens magnéticas especiais que isolam a cabine dos fortes campos gerados pelos ímãs supercondutores, garantindo que os níveis de exposição sejam seguros e dentro das normas internacionais.
Para explorar o futuro do transporte de alta velocidade, selecionamos o conteúdo do canal JAES Company Português, que já ultrapassou a marca de 6 milhões de visualizações com este documentário. No vídeo a seguir, você conhecerá a física completa por trás do trem Maglev japonês, capaz de superar os 600 km/h através da levitação magnética e do uso de ímãs supercondutores:
Com um recorde mundial de 603 km/h, a primeira linha comercial entre Tóquio e Nagoya tem previsão de início para 2027, transformando a mobilidade no Japão. A cooperação tecnológica internacional é um pilar desses projetos, algo que o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) do Brasil fomenta em diversas áreas.
| Característica | SCMaglev (Levitação) | Trem-Bala Tradicional (Rodas) |
| Contato com Trilho | Nenhum (flutua a 10 cm) | Contato direto roda-trilho |
| Fonte de Fricção | Apenas resistência do ar | Fricção das rodas + ar |
| Velocidade Máxima | +600 km/h | Aprox. 320 km/h (comercial) |
| Manutenção | Menor (sem desgaste de peças móveis) | Maior (desgaste de rodas e trilhos) |

