A atividade industrial brasileira perdeu força em novembro de 2025, com retração mais intensa do que a usual para o período, segundo a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O destaque negativo foi a forte queda do ritmo de produção, acompanhada por redução no emprego e na utilização da capacidade instalada.
O índice de evolução da produção industrial caiu 7,1 pontos na comparação com outubro, atingindo 44,4 pontos, abaixo da linha de 50 pontos, que separa crescimento de retração. De acordo com a CNI, essa foi a maior queda já registrada na transição entre outubro e novembro em toda a série histórica do indicador :contentReference[oaicite:0]{index=0}.
Utilização da capacidade instalada atinge menor nível para novembro desde 2019
A desaceleração da atividade também se refletiu na utilização da capacidade instalada (UCI), que recuou 1 ponto percentual no mês, passando para 70%. O nível é inferior ao observado em novembro de 2024 (72%) e de 2023 (71%), configurando o menor percentual para o mês desde 2019 :contentReference[oaicite:1]{index=1}.
Segundo a CNI, a queda da UCI indica ociosidade mais elevada nas fábricas, em um contexto de enfraquecimento da demanda e ritmo mais lento da atividade econômica.
Emprego industrial recua e estoques ficam acima do planejado
O índice de evolução do número de empregados também apresentou retração em novembro, ao recuar 1,2 ponto e atingir 47,6 pontos. Embora a redução do emprego seja comum nesse período do ano, a CNI destaca que, em 2025, o movimento foi mais intenso e disseminado, já que o indicador partiu de um patamar abaixo da linha de 50 pontos :contentReference[oaicite:2]{index=2}.
Outro fator de preocupação foi o comportamento dos estoques. Apesar da queda do nível de produção, o índice de estoque efetivo em relação ao planejado subiu para 50,7 pontos, indicando que os estoques encerraram novembro acima do nível considerado adequado pelas empresas. O resultado reforça a percepção de dificuldades no escoamento da produção industrial :contentReference[oaicite:3]{index=3}.
Expectativas para os próximos meses seguem fracas
As perspectivas da indústria para os próximos seis meses também se deterioraram. O índice de expectativa de demanda recuou 1,1 ponto, para 50,2 pontos, ficando próximo da linha divisória e no menor nível desde junho de 2020, período marcado pelos impactos iniciais da pandemia :contentReference[oaicite:4]{index=4}.
Já o índice de expectativa de número de empregados caiu para 49,0 pontos, permanecendo pelo quinto mês consecutivo abaixo de 50 pontos, o que sinaliza manutenção da perspectiva de redução do quadro de funcionários no setor industrial. A expectativa de compras de insumos e matérias-primas também recuou, atingindo 49,2 pontos, o que indica projeção de menor nível de aquisições nos próximos meses :contentReference[oaicite:5]{index=5}.
Intenção de investimento sobe, mas segue abaixo de 2024
Na contramão dos demais indicadores, o índice de intenção de investimento da indústria registrou alta em dezembro, ao subir de 55,2 para 55,9 pontos. Apesar da terceira elevação consecutiva, o indicador encerrou o ano 3 pontos abaixo do nível registrado em dezembro de 2024, quando marcou 58,9 pontos :contentReference[oaicite:6]{index=6}.
Para a CNI, o resultado sugere que, embora haja algum alívio pontual na disposição para investir, o ambiente econômico ainda não apresenta sinais consistentes de melhora no curto prazo, especialmente diante do patamar elevado de juros e da demanda enfraquecida.













